São Paulo, terça-feira, 28 de agosto de 2007

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Afeganistão eleva em 34% produção de ópio em 2007

Relatório da ONU indica que este ano terá colheita recorde da papoula no país; crescimento tem sido associado à ação do Taleban

DA REDAÇÃO

A produção de ópio no Afeganistão deverá atingir um novo recorde em 2007, com alta de 34% em relação ao ano anterior, informou ontem um relatório da Agência da ONU para Drogas e Crime (UNODC). A área total de cultivo da papoula -matéria-prima do ópio- aumentou de 165 mil hectares em 2006 para 193 mil hectares em 2007, um crescimento de 17%. De 6.724 toneladas de ópio no último ano, a produção afegã chegará a 9.000 toneladas em 2007, segundo a UNODC.
O Afeganistão está sob ocupação da Otan (aliança militar ocidental) desde 2001, quando foi derrubado o governo do grupo fundamentalista Tabeban, acusado de abrigar Bin Laden.
Grande parte da alta na produção do ópio se deve a um aumento de 48% da produção de papoula na Província sulista de Helmand, bastião do Taleban. A alta consolida Helmand como a maior fonte de drogas ilícitas do mundo, com produção superior à da Colômbia.
O Afeganistão proverá 93% da produção global de ópio em 2007, com área de cultivo de papoula superior à soma das plantações de coca da América Latina, de acordo com o relatório. O aumento no sul compensou a queda no centro e no norte, onde o número de Províncias livres do ópio quase dobrou, para 13.
A alta do cultivo em Helmand vem sendo associada à ação do Taleban, que tem no ópio uma fonte de financiamento, segundo os EUA. Além de protegerem os produtores, os talebans recebem parte dos lucros. Para Antonio Maria Costa, diretor-executivo da UNODC, o cultivo está ligado à falta de controle do governo.


Com "Financial Times" e agências internacionais


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