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Morre colunista do "Times" e redator de discursos de Nixon
William Safire, voz conservadora do jornal liberal e vencedor do Pulitzer, tinha câncer no pâncreas
DA REDAÇÃO
William Safire, redator de
discursos para o presidente
americano Richard Nixon
(1969-1974), colunista político
do "New York Times" e vencedor do prêmio Pulitzer, morreu
ontem de câncer no pâncreas,
aos 79 anos, segundo uma amiga da família.
Autor também de romances
e livros sobre política e especialista em linguística, Safire foi o
articulador, em 1959, dos famosos e tensos debates públicos
entre o então líder soviético Nikita Kruschev e Nixon (na época vice-presidente), em Moscou, nos quais discutiram os
méritos do capitalismo e do comunismo. Safire foi também o
orador pela Casa Branca na tumultuada era da Guerra do
Vietnã, da visita de Nixon à
China e em meio à polêmica do
Watergate, que culminou com
a renúncia do presidente.
Depois, de 1973 a 2005, Safire escreveu sua coluna bissemanal -e de orientação conservadora- no "Times", veículo de tendência majoritariamente liberal. O jornalista escreveu mais de 3.000 textos
opinativos, nos quais defendia
de maneira incisiva as liberdades civis e o Estado de Israel,
além de fazer críticas a figuras
políticas americanas.
Uma das maiores polêmicas
em que Safire se envolveu foi
com o ex-presidente dos EUA
Bill Clinton (1993-2001), que
quis lhe dar um soco depois de
o colunista ter dito que sua mulher, Hillary, era uma "mentirosa congênita".
Inicialmente, seus críticos o
consideravam apenas um apologista do grupo político de Nixon. Mas as desconfianças foram aplacadas quando ganhou
o Prêmio Pulitzer, em 1978, na
categoria artigo, por um texto
sobre o caso Bert Lance -escândalo de corrupção durante a
gestão do presidente dos EUA
Jimmy Carter (1977-1981).
Ao lado dos jornalistas George Will e William F. Buckley Jr.,
Safire ajudou a pavimentar o
discurso conservador no espaço público nos EUA para a eleição do presidente republicano
Ronald Reagan (1981-1989).
O colunista foi um dos pioneiros da reportagem opinativa, com colunas repletas de
fontes de Washington e do
Oriente Médio, e foi considerado um dos mais influentes críticos políticos dos últimos anos.
Com "The New York Times" e agências internacionais
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