São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

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Morre colunista do "Times" e redator de discursos de Nixon

William Safire, voz conservadora do jornal liberal e vencedor do Pulitzer, tinha câncer no pâncreas

DA REDAÇÃO

William Safire, redator de discursos para o presidente americano Richard Nixon (1969-1974), colunista político do "New York Times" e vencedor do prêmio Pulitzer, morreu ontem de câncer no pâncreas, aos 79 anos, segundo uma amiga da família.
Autor também de romances e livros sobre política e especialista em linguística, Safire foi o articulador, em 1959, dos famosos e tensos debates públicos entre o então líder soviético Nikita Kruschev e Nixon (na época vice-presidente), em Moscou, nos quais discutiram os méritos do capitalismo e do comunismo. Safire foi também o orador pela Casa Branca na tumultuada era da Guerra do Vietnã, da visita de Nixon à China e em meio à polêmica do Watergate, que culminou com a renúncia do presidente.
Depois, de 1973 a 2005, Safire escreveu sua coluna bissemanal -e de orientação conservadora- no "Times", veículo de tendência majoritariamente liberal. O jornalista escreveu mais de 3.000 textos opinativos, nos quais defendia de maneira incisiva as liberdades civis e o Estado de Israel, além de fazer críticas a figuras políticas americanas.
Uma das maiores polêmicas em que Safire se envolveu foi com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton (1993-2001), que quis lhe dar um soco depois de o colunista ter dito que sua mulher, Hillary, era uma "mentirosa congênita".
Inicialmente, seus críticos o consideravam apenas um apologista do grupo político de Nixon. Mas as desconfianças foram aplacadas quando ganhou o Prêmio Pulitzer, em 1978, na categoria artigo, por um texto sobre o caso Bert Lance -escândalo de corrupção durante a gestão do presidente dos EUA Jimmy Carter (1977-1981).
Ao lado dos jornalistas George Will e William F. Buckley Jr., Safire ajudou a pavimentar o discurso conservador no espaço público nos EUA para a eleição do presidente republicano Ronald Reagan (1981-1989).
O colunista foi um dos pioneiros da reportagem opinativa, com colunas repletas de fontes de Washington e do Oriente Médio, e foi considerado um dos mais influentes críticos políticos dos últimos anos.

Com "The New York Times" e agências internacionais



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