|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Obama quer projeto que dá acesso a dados da internet
"Times" afirma que governo quer vasculhar redes sociais como Facebook
A justificativa está no combate ao terrorismo, já que os criminosos passaram a adotar a rede para comunicação
BRUNO TORANZO
DE SÃO PAULO
Uma reportagem do jornal
norte-americano "New York
Times" disse ontem que o governo do presidente Barack
Obama vai propor projeto de
lei no ano que vem pedindo
acesso ao conteúdo da comunicação na internet.
Sites de relacionamento,
como o Facebook, serviços
de comunicação direta, com
destaque para o Skype, e programas de e-mail, como os
encontrados no BlackBerry,
poderiam ser vasculhados
pelas autoridades.
"A interferência do governo ameaça a liberdade de expressão. As autoridades terão, por exemplo, acesso às
informações sigilosas das
companhias, presentes nos
celulares dos executivos",
afirmou à Folha o analista de
segurança virtual da ONG
Centro de Democracia e Tecnologia, Joshua Gruenspecht.
A justificativa da administração Obama, de acordo
com o "Times", está no combate ao terrorismo.
Oficiais da Agência Nacional de Segurança disseram
que a nova regulação é necessária, porque terroristas e
criminosos estão trocando as
conversas por telefones pela
interação on-line.
"Estamos falando de interceptações autorizadas pela
lei. Não estamos falando sobre aumento de autoridade",
afirmou um representante do
FBI, a polícia federal norte-americana.
Ainda de acordo com a reportagem, os fornecedores
estrangeiros que realizam
negócios no país terão de
abrir escritórios que sejam
capazes de realizar as interceptações e fornecer, a qualquer momento, os dados de
que o governo precise.
Os que não cumprirem as
determinações poderão ser
multados ou estarão sujeitos
a outros tipos de punição,
não esclarecidos pela reportagem do jornal americano.
A Folha procurou a RIM,
companhia canadense proprietária da Blackberry, que
manifestou desconhecimento em relação à notícia.
A Casa Branca não se pronunciou sobre a reportagem
do jornal.
Segundo Gruenspecht,
muitos americanos demonstram insatisfação com o que
definem como "invasão de
privacidade". Por isso, diz
ele, os congressistas devem
adotar, pelo menos em um
primeiro momento, uma postura precavida.
Texto Anterior: Soldado americano admite que matou afegãos por matar Próximo Texto: Filho de ditador norte-coreano é nomeado general Índice | Comunicar Erros
|