São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Obama quer projeto que dá acesso a dados da internet

"Times" afirma que governo quer vasculhar redes sociais como Facebook

A justificativa está no combate ao terrorismo, já que os criminosos passaram a adotar a rede para comunicação

BRUNO TORANZO
DE SÃO PAULO

Uma reportagem do jornal norte-americano "New York Times" disse ontem que o governo do presidente Barack Obama vai propor projeto de lei no ano que vem pedindo acesso ao conteúdo da comunicação na internet.
Sites de relacionamento, como o Facebook, serviços de comunicação direta, com destaque para o Skype, e programas de e-mail, como os encontrados no BlackBerry, poderiam ser vasculhados pelas autoridades.
"A interferência do governo ameaça a liberdade de expressão. As autoridades terão, por exemplo, acesso às informações sigilosas das companhias, presentes nos celulares dos executivos", afirmou à Folha o analista de segurança virtual da ONG Centro de Democracia e Tecnologia, Joshua Gruenspecht.
A justificativa da administração Obama, de acordo com o "Times", está no combate ao terrorismo.
Oficiais da Agência Nacional de Segurança disseram que a nova regulação é necessária, porque terroristas e criminosos estão trocando as conversas por telefones pela interação on-line.
"Estamos falando de interceptações autorizadas pela lei. Não estamos falando sobre aumento de autoridade", afirmou um representante do FBI, a polícia federal norte-americana.
Ainda de acordo com a reportagem, os fornecedores estrangeiros que realizam negócios no país terão de abrir escritórios que sejam capazes de realizar as interceptações e fornecer, a qualquer momento, os dados de que o governo precise.
Os que não cumprirem as determinações poderão ser multados ou estarão sujeitos a outros tipos de punição, não esclarecidos pela reportagem do jornal americano.
A Folha procurou a RIM, companhia canadense proprietária da Blackberry, que manifestou desconhecimento em relação à notícia.
A Casa Branca não se pronunciou sobre a reportagem do jornal.
Segundo Gruenspecht, muitos americanos demonstram insatisfação com o que definem como "invasão de privacidade". Por isso, diz ele, os congressistas devem adotar, pelo menos em um primeiro momento, uma postura precavida.


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