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Filho de ditador norte-coreano é nomeado general
Promoção abriria caminho para Kim Jong-un suceder seu pai; reunião do partido governista começa hoje
Atual líder do regime comunista, Kim Jong-il, de 68 anos, estaria com sua saúde debilitada e pensando na sucessão
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Delegados do Partido dos
Trabalhadores da Coreia do
Norte realizam hoje um grande encontro político, em
meio a especulações de que o
ditador Kim Jong-il esteja
preparando o caminho para
ser substituído pelo seu filho
mais novo, o desconhecido
Kim Jong-un.
A conferência, adiada por
um mês sem explicações,
servirá para nomear as novas
lideranças do partido. Trata-se de um preparativo para o
sétimo Congresso, ainda sem
data marcada, quando se especula que Kim Jong-il será
substituído.
Ontem, Kim Jong-un, que
tem 27 ou 28 anos, e a sua irmã Kyong-hui foram promovidos a generais, informou a
agência de notícias estatal
norte-coreana, KCNA.
Segundo Shi Yuanhua, um
dos mais respeitados especialistas em estudos coreanos da China, Kim Jong-un
deve ser nomeado o segundo
líder do partido hoje.
Shi, da Universidade Fudan, em Xangai, assegura
que o marido de Kyong-hui,
Jang Song Thaek, foi nomeado assessor de Kim Jong-un
devido a sua pouca idade.
Jang é o vice-presidente da
poderosa Comissão Nacional
de Defesa e um auxiliar próximo de Kim Jong-il.
Aos 68 anos e com a saúde
fragilizada, Kim Jong-il quer
repetir a sucessão feita pelo
seu pai, Kim Il-sung, que governou a Coreia do Norte desde a guerra que dividiu o
país, em 1953, até 1994.
Quase nada se sabe de Kim
Jong-un, além de que ele estudou por um período na Suíça, onde aprendeu a falar alemão e inglês. Sua única foto
conhecida é da infância.
A Coreia do Norte é um dos
regimes mais fechados do
mundo e tem sido alvo de repetidas sanções internacionais por desenvolver um programa de armas nucleares.
Na visão de Shi, não há nenhuma possibilidade de
maior abertura externa. O
que pode acontecer é o reforço de laços econômicos com
a China.
"A Coreia do Norte acaba
de aceitar investimentos de
mercado de capitais chineses", disse à Folha.
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