São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2010

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Filho de ditador norte-coreano é nomeado general

Promoção abriria caminho para Kim Jong-un suceder seu pai; reunião do partido governista começa hoje

Atual líder do regime comunista, Kim Jong-il, de 68 anos, estaria com sua saúde debilitada e pensando na sucessão

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Delegados do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte realizam hoje um grande encontro político, em meio a especulações de que o ditador Kim Jong-il esteja preparando o caminho para ser substituído pelo seu filho mais novo, o desconhecido Kim Jong-un.
A conferência, adiada por um mês sem explicações, servirá para nomear as novas lideranças do partido. Trata-se de um preparativo para o sétimo Congresso, ainda sem data marcada, quando se especula que Kim Jong-il será substituído.
Ontem, Kim Jong-un, que tem 27 ou 28 anos, e a sua irmã Kyong-hui foram promovidos a generais, informou a agência de notícias estatal norte-coreana, KCNA.
Segundo Shi Yuanhua, um dos mais respeitados especialistas em estudos coreanos da China, Kim Jong-un deve ser nomeado o segundo líder do partido hoje.
Shi, da Universidade Fudan, em Xangai, assegura que o marido de Kyong-hui, Jang Song Thaek, foi nomeado assessor de Kim Jong-un devido a sua pouca idade.
Jang é o vice-presidente da poderosa Comissão Nacional de Defesa e um auxiliar próximo de Kim Jong-il.
Aos 68 anos e com a saúde fragilizada, Kim Jong-il quer repetir a sucessão feita pelo seu pai, Kim Il-sung, que governou a Coreia do Norte desde a guerra que dividiu o país, em 1953, até 1994.
Quase nada se sabe de Kim Jong-un, além de que ele estudou por um período na Suíça, onde aprendeu a falar alemão e inglês. Sua única foto conhecida é da infância.
A Coreia do Norte é um dos regimes mais fechados do mundo e tem sido alvo de repetidas sanções internacionais por desenvolver um programa de armas nucleares.
Na visão de Shi, não há nenhuma possibilidade de maior abertura externa. O que pode acontecer é o reforço de laços econômicos com a China.
"A Coreia do Norte acaba de aceitar investimentos de mercado de capitais chineses", disse à Folha.


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