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Irã duplica o enriquecimento de urânio
Regime muçulmano anuncia operação de bateria de 164 centrífugas; EUA realizarão exercício militar no golfo Pérsico
Teerã amplia capacidade de
produzir combustível, mas
está ainda longe de atingir
o enriquecimento capaz de
detonar a primeira bomba
DA REDAÇÃO
O Irã anunciou ontem que
estava colocando em funcionamento uma segunda bateria de
centrífugas, numa indicação de
que está prestes a duplicar sua
capacidade de enriquecimento
de urânio e ignorando as sanções que o Conselho de Segurança poderá adotar contra seu
programa nuclear.
O anúncio foi feito pela agência de notícias oficial ISNA. Ela
disse que a nova bateria foi instalada há duas semanas e que já
foi carregada com o gás que
permite seu funcionamento.
Em Washington, o presidente George W. Bush afirmou que
a comunidade internacional
deve redobrar seus esforços para evitar que o Irã chegue a possuir a bomba atômica: "A idéia
de que aquele país tenha uma
arma nuclear é inaceitável".
A França afirmou que o regime iraniano "emitiu um sinal
negativo" à ONU, onde os embaixadores francês e britânico
redigem a minuta de uma resolução, com a ajuda da Alemanha. Em Londres, um porta-voz disse que o assunto deve ser
investigado pela Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA). Contrariamente à Coréia do Norte, o Irã ainda mantém a parte visível de seus equipamentos sob o regime de inspeções internacionais.
Ainda ontem, o chefe das negociações iranianas, Ali Larijani, ameaçou suspender as inspeções caso seu país seja punido pela ONU. Teerã tira partido
da divisão entre os membros
permanentes do CS. A Rússia,
que tem um ambicioso programa de investimentos no Irã,
ameaçou vetar a primeira versão do texto -que impunha um
embargo apenas às importações iranianas de material nuclear e reconhecia, como exceção, a tecnologia que Moscou
fornece à central nuclear de
Bouchehr sem fins militares.
O país produziu em fevereiro
a primeira porção de urânio
enriquecido, a partir da bateria
de 164 centrífugas. O resultado
foi modesto: o combustível foi
enriquecido a 4,5%, quando para usinas termonucleares é preciso chegar a 5% e, para a bomba, a 90%. A segunda bateria
também tem 164 centrífugas.
Manobra militar
Nesta segunda, os EUA e cinco países devem realizar exercícios militares no golfo Pérsico. "Pelo noticiário iraniano,
soubemos que o exercício chamou atenção [de Teerã]", disse
Robert Joseph, subsecretário
de Estado para controle de armas e segurança internacional.
O exercício americano -o
primeiro a contar com um país
árabe, o Bahrein- simulará a
interceptação de um carregamento de peças para armas
proibidas e visa estimular a
cooperação em ações de fiscalização. Participam também da
manobra Reino Unido, França,
Itália e Austrália.
Com agências internacionais
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