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análise
Bloqueio de sanções quebra o jogo unitário
DO "LE MONDE"
As negociações apenas começaram. Mas a rejeição pela Rússia do projeto de resolução preparado pelos três
grandes países europeus
(França, Reino Unido e Alemanha) ilustra a dificuldade
enfrentada pela comunidade
internacional para chegar a
um acordo sobre o Irã.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e mais a Alemanha são
unânimes sobre o fato de que
é preciso impedir que o Irã
fabrique a bomba. Mas não
se unem quando se trata de
definir de que maneira alcançar essa meta.
Os três europeus queriam
que os iranianos respeitassem o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual são
signatários. Era um modo de
obter garantias de que o programa nuclear não seria desviado para fins militares.
Mesmo insistindo em suas
intenções pacíficas, o regime
iraniano recusou ofertas de
cooperação da Rússia, dos
europeus, dos Estados Unidos e da China. Optou por
acelerar o programa de enriquecimento de urânio. Os
seis países envolvidos decidiram então levar a questão ao
Conselho de Segurança e
ameaçam o Irã de sanções.
Elas só atingiriam a importação de tecnologias relacionadas à atividade nuclear.
A Rússia ameaçou vetar.
Seria ingênuo imaginar que
Moscou aceitasse a proposta,
sem tentar propor qualquer
emenda. Negociações intermináveis e barganhas fazem
parte da rotina da ONU.
Desde o início, os europeus
deram prioridade à unidade
da comunidade internacional para impressionar os iranianos. Essa unidade deveria
encontrar um equilíbrio entre a vontade norte-americana de impor sanções e a reticência da Rússia (e da China). O problema é que o Irã
se aproveita dessa demora
para desafiar toda forma de
controle internacional e continuar desenvolvendo seu
programa nuclear, apostando nas cisões do Conselho de
Segurança. Moscou e Pequim parecem provar que
Teerã tem razão.
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