São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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Pinochet tem nova prisão decretada

Tortura de presos ocorreu na Villa Grimaldi, onde atual presidente chilena esteve presa durante ditadura militar

Ex-ditador nega saber o que ocorria em centro de detenção; ele já esteve em prisão domiciliar por sete meses, no ano passado

DA REUTERS

O juiz chileno Alejandro Solís indiciou ontem o ex-ditador Augusto Pinochet por 36 casos de seqüestro, 23 de tortura e um assassinato ocorridos no início do seu regime (1973-1990). Ele deve ficar em prisão domiciliar a partir de segunda-feira, quando será formalmente notificado.
Os casos aconteceram no centro de detenção de Villa Grimaldi, dirigido pela polícia secreta de Pinochet, onde milhares foram torturados entre 1974 e 1977. Em Villa Grimaldi, esteve presa a atual presidente chilena, Michelle Bachelet, que também foi torturada ali.
Solís questionou Pinochet na semana passada sobre o que aconteceu no antigo centro de detenção, localizado na capital, Santiago. Pinochet disse desconhecer o que acontecia na Villa Grimaldi. "Eu não acho que esteja provado que ele está fora de suas capacidades mentais, ele me pareceu saudável", disse Solís.
Pinochet foi obrigado a cancelar as comemorações de seus 90 anos em novembro do ano passado, depois que teve sua prisão domiciliar decretada por casos relacionados ao desaparecimento de três militantes de esquerda. A prisão domiciliar, também decretada por sonegação fiscal, durou sete semanas, até janeiro passado, quando ele foi liberado por razões médicas.
Antes de ter novamente a prisão decretada, Pinochet voltou ao noticiário nesta semana pelos relatórios divulgados pela Chancelaria chilena de que ele teria depósitos em ouro em Hong Kong. O banco HSBC, onde supostamente estariam os depósitos, negou a veracidade dos documentos.
Pinochet foi preso pela primeira vez em 1998, em Londres, em um processo internacional pelo desaparecimento de cidadãos espanhóis no Chile durante a ditadura. O processo foi comandado pelo juiz espanhol Baltazar Garzón. Foi libertado em 2000, sob alegação de estar incapacitado.


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