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Pinochet tem nova prisão decretada
Tortura de presos ocorreu na Villa Grimaldi, onde atual
presidente chilena esteve presa durante ditadura militar
Ex-ditador nega saber o que
ocorria em centro de
detenção; ele já esteve em
prisão domiciliar por sete
meses, no ano passado
DA REUTERS
O juiz chileno Alejandro Solís indiciou ontem o ex-ditador
Augusto Pinochet por 36 casos
de seqüestro, 23 de tortura e
um assassinato ocorridos no
início do seu regime (1973-1990). Ele deve ficar em prisão
domiciliar a partir de segunda-feira, quando será formalmente notificado.
Os casos aconteceram no
centro de detenção de Villa Grimaldi, dirigido pela polícia secreta de Pinochet, onde milhares foram torturados entre
1974 e 1977. Em Villa Grimaldi,
esteve presa a atual presidente
chilena, Michelle Bachelet, que
também foi torturada ali.
Solís questionou Pinochet na
semana passada sobre o que
aconteceu no antigo centro de
detenção, localizado na capital,
Santiago. Pinochet disse desconhecer o que acontecia na Villa
Grimaldi. "Eu não acho que esteja provado que ele está fora
de suas capacidades mentais,
ele me pareceu saudável", disse
Solís.
Pinochet foi obrigado a cancelar as comemorações de seus
90 anos em novembro do ano
passado, depois que teve sua
prisão domiciliar decretada por
casos relacionados ao desaparecimento de três militantes de
esquerda. A prisão domiciliar,
também decretada por sonegação fiscal, durou sete semanas,
até janeiro passado, quando ele
foi liberado por razões médicas.
Antes de ter novamente a
prisão decretada, Pinochet voltou ao noticiário nesta semana
pelos relatórios divulgados pela
Chancelaria chilena de que ele
teria depósitos em ouro em
Hong Kong. O banco HSBC,
onde supostamente estariam
os depósitos, negou a veracidade dos documentos.
Pinochet foi preso pela primeira vez em 1998, em Londres, em um processo internacional pelo desaparecimento
de cidadãos espanhóis no Chile
durante a ditadura. O processo
foi comandado pelo juiz espanhol Baltazar Garzón. Foi libertado em 2000, sob alegação
de estar incapacitado.
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