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Com apoio de Kirchner, governador quer reeleição infinita na Argentina
Igreja e presidente se enfrentam em Misiones sobre lei que limita a reeleição
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
Amanhã também haverá
eleições na Argentina. Na Província de Misiones, onde fica o
lado argentino das Cataratas do
Iguaçu, a Igreja Católica e o
presidente Néstor Kirchner se
enfrentam em votação que terá
impacto em todo o país.
De um lado, o bispo Joaquín
Piña, amparado pela estrutura
da igreja e apoiado por todos os
opositores do presidente Néstor Kirchner -dos socialistas
ao ex-ministro Roberto Lavagna. De outro, o governador Carlos Rovira, que busca, com
apoio da Casa Rosada, o direito
à reeleição infinita, sem limite
de mandatos sucessivos.
Os dois encabeçam as listas
para a escolha dos parlamentares que reformarão a Constituição de Misiones, decidindo sobre o tema da reeleição.
Kirchner, que quando governador já havia aprovado a reeleição infinita em Santa Cruz,
sua Província, defende que todos os governadores possam
ser reeleitos ilimitadamente.
Segundo a oposição, houve
maciça falsificação de documentos, e paraguaios estão sendo pagos para votar. Os opositores, que prometem fazer uma
denúncia à OEA (Organização
de Estados Americanos), também reclamam que o governo
distribuiu bicicletas e até dentaduras para conquistar votos.
Nesta semana, uma paróquia
de Misiones foi destruída em
um incêndio -o padre, crítico
ao governador, disse que houve
sabotagem.
Assim que pesquisas mostraram o crescimento da campanha do bispo, Alicia Kirchner,
irmã do presidente e ministra
do Desenvolvimento Social, desembarcou em Misiones com
sacolas cheias de comida e estampadas com propaganda
eleitoral de Rovira. Além disso,
em decisão inédita desde a redemocratização do país, os policiais -insatisfeitos com seus
salários e em grande maioria
contrários ao governador- foram proibidos de votar.
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