São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Após fracassar em formar coalizão, Livni encabeça pesquisas em Israel

Partido dela, Kadima, aparece à frente do Likud, do ex-premiê Netanyahu

DA REDAÇÃO

Embora eleições legislativas antecipadas israelenses não estejam ainda formalmente convocadas, duas pesquisas publicadas ontem, as primeiras após Tzipi Livni anunciar que não conseguiu formar um governo de coalizão para substituir Ehud Olmert, dão pela primeira vez uma ligeira vantagem ao seu partido, o Kadima (centro).
Ele constituiria a maior bancada no Knesset, o Parlamento unicameral, com 29 dos 120 deputados, segundo o instituto Dahaf. Em segundo lugar viria o Likud (direita), liderado por Benjamin Netanyahu.
Outro instituto, o TNS Teleseker, deu ao Kadima 31 deputados, e ao Likud, 29. As duas pesquisas demonstram que a política israelense permaneceria fragmentada e que os resultados são bastante apertados para serem facilmente invertidos, por exemplo, com atentados de grupos palestinos opostos às negociações de paz.
Mas há de inédito o favoritismo de Livni em chefiar o próximo governo. Nos últimos dois anos as pesquisas atribuíam esse papel a Netanyahu, adversário radical de concessões territoriais aos palestinos.
Ainda ontem ele reafirmou que não permitiria a divisão de Jerusalém e manteria sob soberania israelense parte da Cisjordânia, onde um virtual Estado palestino teria sua existência comprometida por centenas de assentamentos judaicos. Também disse que não devolveria à Síria as colinas do Golã, o que abortaria as negociações ainda embrionárias entre Israel e a ditadura de Damasco.
Livni procurou nas duas últimas semanas compor uma nova maioria parlamentar que dispensasse legislativas, um ano e meio antes da data em que elas deveriam ser convocadas. Ministra das Relações Exteriores no gabinete anterior, ela se elegeu líder do Kadima em substituição a Olmert, que, embora continue interinamente como primeiro-ministro, renunciou ao cargo em setembro em meio a inquéritos policiais sobre corrupção.
O presidente de Israel, Shimon Peres, ainda não dissolveu o Parlamento. Mas ainda ontem, ao abrir a sessão parlamentar do outono, ele afirmou que "nos próximos dias, Israel ingressará numa campanha eleitoral decisiva".
Segundo o jornal israelense "Haaretz", há uma discussão dentro do Partido Trabalhista, liderado pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, de ir às urnas com uma chapa de candidatos conjunta com o Kadima. A idéia, com a qual Barak não concorda, foi lançada por um dos ministros trabalhistas, Benjamin Ben-Eliezer.

Com agências internacionais



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