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IRAQUE SOB TUTELA
Pacto Nacional Iraquiano, de Allawi, assina carta que pede mais seis meses para realização da votação
Partido de premiê apóia atraso na eleição
DA REDAÇÃO
O Pacto Nacional Iraquiano,
partido do premiê interino Iyad
Allawi, engrossou ontem o grupo
de 17 partidos que na véspera pedira o adiamento da eleição geral
no país, prevista para o próximo
dia 30 de janeiro.
Representantes do partido do
premiê já haviam acompanhado
anteontem a reunião em que grupos políticos liderados pelo sunita
Adnan Pachachi assinaram uma
petição pelo atraso na votação por
ao menos seis meses por falta de
segurança e infra-estrutura no
país. Entretanto, o PNI não havia
dado aval ao documento.
Até a conclusão desta edição,
não estava claro se a decisão da sigla de Allawi de defender o adiamento das eleições fora tomada
com anuência do premiê ou em
sua revelia -seu gabinete não comentou especificamente o caso,
mas repetiu o discurso dos últimos dias: "O primeiro-ministro
não está convencido de que um
adiamento da votação fará aumentar a participação [eleitoral]",
afirmou um porta-voz.
O governo interino, incluindo o
próprio Allawi, tem dito repetidamente que está determinado a
realizar o pleito dentro do cronograma e que conseguirá controlar
a insurgência em tempo. A Casa
Branca apóia essa posição.
O anúncio da entrada do PNI na
petição foi feito ontem por Pachachi. Questionado se a notícia significava adesão do premiê à mudança na agenda eleitoral, o líder
sunita interpretou as ações do
chefe de governo: "Como primeiro-ministro, o dr. Allawi precisa
estar comprometido com a Constituição interina e as resoluções
do Conselho de Segurança [da
ONU]. Como líder de um partido
político, ele é livre para assumir
outras posições".
Além do grupo do premiê, também assinam a petição os três
principais partidos políticos sunitas e as duas mais importantes siglas curdas -por trás do discurso
de falta de segurança para a votação, esses partidos também querem ganhar tempo para ampliar
seus apoios políticos, pois temem
que a eleição seja dominada pelos
grupos xiitas, corrente islâmica
que responde por 60% da população. Os sunitas são 20%.
O grande aiatolá Ali al Sistani,
mais influente imã xiita iraquiano, é o principal defensor da eleição nacional em janeiro. Abdul
Aziz al Hakim, líder do Conselho
Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, um dos principais partidos xiitas, declarou que
o adiamento significaria uma vitória para a insurgência.
Ainda ontem, o chefe da Comissão Eleitoral Independente disse
que seu órgão não tem poder para
alterar a data das eleições, mas
não descartou o adiamento.
"Legalmente, para ser franco,
não temos essa capacidade", afirmou Abdul Hussein Hendawi,
chefe da comissão, argumentando comandar um corpo técnico,
sem poder sobre questões legislativas, e que qualquer decisão terá
de ser discutida com o governo
interino, a Assembléia interina, a
ONU e os líderes religiosos.
A Constituição interina do Iraque estabelece que as eleições de
janeiro devem escolher um novo
Parlamento, que indicará um novo governo e supervisionará a redação de uma Carta definitiva.
Com agências internacionais
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