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Organização de direita quer ONU fora dos EUA
DE NOVA YORK
Um mapa dos EUA, calçado
com uma botina na região da
Flórida, chuta o símbolo da
ONU. Sob esse logotipo nada
sutil, uma organização americana começou na última semana a recolher assinaturas para
tirar a sede da entidade do país.
"Eles não gostam de nós, então nós não os queremos em
nossa casa", disse à Folha Howard Kaloogian, diretor da
Move America Forward (leve
os EUA para frente, MAF).
"Que se mudem para a Europa
ou para o Sudão, onde há um
genocídio, e eles não fizeram
nada para impedir. A ONU não
merece gozar da hospitalidade
de Nova York. Ouvi dizer que o
Brasil é bonito. Por que ela não
se muda para lá?", indagou.
A ONU não comenta o abaixo-assinado. "Nós lidamos
com governos, e nenhum governo falou sobre isso conosco", disse um porta-voz.
A MAF pretende entregar sua
petição ao Congresso americano quando obtiver 1 milhão de
assinaturas. Segundo Kaloogian, em quatro dias eles levantaram "dezenas de milhares".
No documento, a MAF diz
que a ONU, "embora tenha sido criada para promover a paz,
recentemente se tornou útil aos
crimes terroristas".
Kaloogian cita a "incompetência" e o "antiamericanismo" da entidade. Mas o fator
que detonou a campanha, disse
Kaloogian, foi o escândalo envolvendo o Petróleo por Comida. O programa, que vigorou
nos 13 anos de sanções contra o
regime de Saddam Hussein, visava a ajuda humanitária, mas
teve parte da verba desviada
pelo governo iraquiano. "É o
pior escândalo de corrupção da
história", disse Kaloogian.
A MAF pede a revisão do
processo de financiamento da
ONU, que hoje se baseia no PIB
de cada membro. "A fórmula é
ruim. Deveria ser por população. Os EUA têm 6% da população mundial, deveriam cobrir
6% do orçamento da ONU."
A MAF nasceu na Califórnia
após o início da Guerra do Iraque para apoiar os soldados
americanos. Também tentou
impedir a exibição do filme
"Farenheit 11 de Setembro".
Apesar das reclamações, a
MAF não quer que os EUA deixem a ONU. "Não somos isolacionistas", diz Kaloogian.
(LC)
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