São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Bush quer maior presença da Otan no Afeganistão

Reunião da aliança militar também discutirá em Riga mais gastos com a defesa

Estados Unidos e direção da aliança ainda proporão que que alemães possam lutar em áreas afegãs em que o Taleban age com freqüência

DA REDAÇÃO

Os Estados Unidos pressionarão os 25 outros governantes de países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que participam de reunião de cúpula a partir de hoje em Riga, na Letônia, a reforçarem ou iniciarem suas presenças no Afeganistão.
A organização militar ocidental, que na Guerra Fria reunia a Europa Ocidental face ao bloco socialista, então liderado pela União Soviética, ampliou-se com a adesão de países do Leste Europeu e hoje, depois de intervir nos conflitos étnicos dos Bálcãs, tem como prioridade o combate ao terrorismo e evitar a aparição de arsenais de destruição em massa.
O presidente George W. Bush ainda pedirá que os países-membros aumentem seus gastos militares para atingir a meta de 2% do PIB, fixada pela Otan. Hoje, só os próprios EUA e mais a Turquia, Grécia, Bulgária, França, Reino Unido e Romênia gastam mais que isso.
A agência Reuters informa que a Alemanha, Espanha, Itália e França deverão ser pressionadas para que seus contingentes sejam deslocados para o sul do território afegão, onde são mais freqüentes e sangrentos os confrontos com o Taleban, grupo extremista islâmico deposto em 2001 por abrigar bases da Al Qaeda.
Para o Pentágono, os países presentes no Afeganistão devem remover as restrições que os impedem de operar em determinada área ou participar de certos combates.
Mais de 150 militares da Otan foram mortos este ano em confrontos com o grupo islâmico. São sobretudo americanos, britânicos, canadenses e holandeses. Há 32 mil combatentes ocidentais naquele país muçulmano, dos quais 12 mil dos Estados Unidos.
Em Berlim, a chanceler Angela Merkel disse que os 2.800 militares de seu país têm uma atuação circunscrita por mandado parlamentar.
Foi sobretudo em razão dessas restrições que o secretário-geral da Otan, o holandês Jaap de Hoop Scheffer, sugeriu que as limitações fossem suspensas, para permitir, por exemplo, que os soldados alemães também saíssem em missão no período noturno.
O general James Jones, comandante supremo aliado no Afeganistão, disse em outubro, em conferência em Washington, que essas restrições, em torno de 50, são "um impacto operacional" a ser removido.
Uma das sugestões partirá da França. O presidente Jacques Chirac proporá a criação de um grupo de contatos para que o comando militar no Afeganistão atue coordenado com grupos ou organizações (Banco Mundial, ONU) que participam da reconstrução do país. Há entre eles a percepção de que o Taleban tem ampliado sua influência, e que o presidente Hamid Karzai mantém o controle apenas da capital, Cabul.

Força rápida
A reunião de Riga também servirá, segundo a Associated Press, para que os 26 Estados-membros decidam se levarão adiante o plano de criação um grupo de elite de 25 mil homens, capazes de rápidas operações de intervenção.
Essa força foi sugerida pelo Pentágono em 2002. Ela implica a articulação de forças terrestres, aéreas e de fuzileiros navais para missões humanitárias, em caso de catástrofes, ou para "pacificar" forças localizadas em confronto.


Com agências internacionais


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