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Mais procurado por Israel hoje incentiva teatro
DO ENVIADO A JENIN
"Então, como foi entrevistar um terrorista?", pergunta o diretor do Teatro
da Liberdade, Juliano Mer-Khamis, provocando o repórter. Ele se referia a Zakaria Zubeidi, que já foi o
número um na lista dos
procurados por Israel e hoje é um dos maiores incentivadores do teatro.
Vestindo jeans e tênis,
fumando sem parar, Zubeidi, 33, tem o rosto escurecido. Na pele, a marca
dos tempos de luta armada, resultado da explosão
de uma bomba que ele preparava contra Israel.
Ele era um dos líderes
das Brigadas dos Mártires
de Al Aqsa na segunda intifada, com atuação direta
na preparação de atentados suicidas em Israel.
Em 2008, recebeu uma
anistia e foi retirado da lista de procurados. Embora
esteja convencido de que
não é possível acabar com
a ocupação pela força,
também não vê sentido em
negociar com Israel.
"Depois de nove anos
de sofrimento dos palestinos com o processo de paz,
todas as promessas se revelaram mentiras", diz Zubeidi, que não descarta
uma volta às armas.
Casado, pai de dois filhos, Zubeidi diz que o motivo de ter abandonado as
armas não foi a perspectiva de paz, mas a disputa
entre as principais facções
palestinas, o laico Fatah e
o islâmico Hamas. Mas
não se sente derrotado.
"A resistência palestina
não é feita só com armas. A
maternidade é nossa sala
de guerra. Enquanto as
mulheres continuarem a
ter filhos, a máquina estará funcionando", diz.
(MN)
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