São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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Mais procurado por Israel hoje incentiva teatro

DO ENVIADO A JENIN

"Então, como foi entrevistar um terrorista?", pergunta o diretor do Teatro da Liberdade, Juliano Mer-Khamis, provocando o repórter. Ele se referia a Zakaria Zubeidi, que já foi o número um na lista dos procurados por Israel e hoje é um dos maiores incentivadores do teatro.
Vestindo jeans e tênis, fumando sem parar, Zubeidi, 33, tem o rosto escurecido. Na pele, a marca dos tempos de luta armada, resultado da explosão de uma bomba que ele preparava contra Israel.
Ele era um dos líderes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa na segunda intifada, com atuação direta na preparação de atentados suicidas em Israel.
Em 2008, recebeu uma anistia e foi retirado da lista de procurados. Embora esteja convencido de que não é possível acabar com a ocupação pela força, também não vê sentido em negociar com Israel.
"Depois de nove anos de sofrimento dos palestinos com o processo de paz, todas as promessas se revelaram mentiras", diz Zubeidi, que não descarta uma volta às armas.
Casado, pai de dois filhos, Zubeidi diz que o motivo de ter abandonado as armas não foi a perspectiva de paz, mas a disputa entre as principais facções palestinas, o laico Fatah e o islâmico Hamas. Mas não se sente derrotado.
"A resistência palestina não é feita só com armas. A maternidade é nossa sala de guerra. Enquanto as mulheres continuarem a ter filhos, a máquina estará funcionando", diz. (MN)


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