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LESTE EUROPEU
Adversário governista contesta vitória da oposição; para observadores europeus, pleito na Ucrânia foi limpo
Com aval ocidental, Yushchenko é eleito
DA REDAÇÃO
Resultados oficiais da nova votação do segundo turno eleitoral
na Ucrânia confirmaram ontem a
vitória do líder oposicionista Viktor Yushchenko como novo presidente do país.
Com 99,84% das urnas apuradas, Yushchenko obteve 52,03%
dos votos, segundo a Comissão
Central Eleitoral. Seu adversário,
o atual premiê Viktor Yanukovich, contabilizou 44,16%.
"Agora, hoje, o povo ucraniano
venceu. Eu os parabenizo", disse
Yushchenko a cerca de 5.000 simpatizantes concentrados na praça
da Independência, em Kiev, capital ucraniana. "Fomos independentes por 14 anos, mas não éramos livres. Agora podemos dizer
que isso é coisa do passado. Agora
estamos encarando uma Ucrânia
livre e independente."
Yanukovich, porém, se recusou
a reconhecer a derrota na eleição,
realizada no último domingo, e
disse que questionaria os resultados junto à Suprema Corte.
"Nunca reconhecerei tal derrota, porque a Constituição e os direitos humanos foram violados
no nosso país e pessoas morreram", disse Yanukovich, em alusão às supostas mortes de oito
eleitores durante o pleito.
O premiê afirmou que sua equipe de campanha recebeu cerca de
5.000 reclamações sobre a condução da votação.
Uma delegação da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) que observou
o pleito disse, no entanto, que a
Ucrânia progrediu e atendeu a padrões eleitorais internacionais.
"É um julgamento coletivo das
organizações representadas aqui
que as eleições ucranianas moveram-se substancialmente em direção aos padrões internacionais
e da OSCE", disse Bruce George,
chefe da delegação que enviou
1.370 observadores à Ucrânia.
"Não houve abuso grosseiro de
recursos administrativos. As condições da campanha foram mais
eqüitativas. Houve menos diferenças na cobertura da mídia.
Nossos observadores relataram
menos pressão sobre os eleitores.
A administração do pleito foi
mais transparente e mais justa",
detalhou George.
"É nossa opinião que as pessoas
deste país deram um grande passo em direção a eleições livres e
justas, elegendo seu futuro presidente", acrescentou.
A nova votação ocorreu depois
que o segundo turno -que deu
vitória ao candidato governista
Viktor Yanukovich- foi anulado
pela Suprema Corte após considerá-lo fraudado, em meio a uma
onda de protestos que levou centenas de milhares de pessoas às
ruas do país por vários dias.
As credenciais pró-européias
do economista Yushchenko, que
já foi premiê e presidente do Banco Central ucraniano, foram destacadas por líderes regionais.
Um dos primeiros a reconhecer
a vitória de Yushchenko, o presidente da Polônia, Aleksander
Kwasniewski, descreveu o pleito
como uma "escolha boa e importante" para as relações entre
Ucrânia e Europa.
Em tom similar, o presidente da
Comissão Européia, José Manuel
Durão Barroso, elogiou o resultado e descreveu a eleição como
"um bom dia para a Ucrânia e a
democracia".
O secretário de Estado americano, Colin Powell, classificou a eleição na Ucrânia de "um momento
histórico para a democracia". Segundo ele, o povo ucraniano teve
a oportunidade de escolher seu
próprio governante, em eleições
"completas e livres".
Já o presidente russo, Vladimir
Putin, que apoiava Yanukovich,
não se manifestou.
Com agências internacionais
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