São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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Até se radicalizar, "Alfa" teve vida luxuosa entre Lagos e Londres

DE WASHINGTON

Enquanto fazia seu curso secundário na Escola Britânica Internacional de Lomé, na capital de Togo, frequentada pelos filhos da elite africana ocidental, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, ganhou um apelido revelador dos outros estudantes: "Alfa", um nome local para designar estudiosos islâmicos. Veio de seu hábito de fazer sermões e dar lições de moral aos colegas.
Segundo relatos publicados na imprensa nigeriana, o acusado de tentar explodir um avião com 278 passageiros e 11 tripulantes na sexta-feira em Detroit teve uma infância e adolescência abastada, passada entre a casa da família, num bairro luxuoso de Lagos, na Nigéria, e um apartamento no centro de Londres avaliado em R$ 7 milhões. O dinheiro vem do pai, Umaru Mutallab, 70.
Apesar da origem humilde, no Estado de Katsina, Mutallab pai começou sua ascensão social como contador em um escritório britânico em Londres nos anos 60, foi ministro do governo nigeriano na década seguinte e, até se aposentar no mês passado, era presidente do First Bank of Nigeria, o mais antigo do país, com escritórios em Londres, Paris e Pequim.
Bancado por ele, Abdulmutallab entrou na UCL (University College London), em 2005, onde se formou três anos depois como engenheiro mecânico. Foi a partir daí que o filho teria radicalizado suas visões do islamismo, religião seguida pela família, o que levou o pai a procurar diplomatas da Embaixada dos EUA na Nigéria no fim do ano passado.
De Londres ele teria mudado para o Egito e, em seguida, para Dubai, de onde teria dito aos familiares que não queria mais se relacionar com eles.
Seu próximo destino, acredita o pai agora, seria o Iêmen. (SD)


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