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Até se radicalizar, "Alfa" teve vida luxuosa entre Lagos e Londres
DE WASHINGTON
Enquanto fazia seu curso secundário na Escola Britânica
Internacional de Lomé, na capital de Togo, frequentada pelos filhos da elite africana ocidental, o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, 23, ganhou um apelido revelador dos
outros estudantes: "Alfa", um
nome local para designar estudiosos islâmicos. Veio de seu
hábito de fazer sermões e dar lições de moral aos colegas.
Segundo relatos publicados
na imprensa nigeriana, o acusado de tentar explodir um avião
com 278 passageiros e 11 tripulantes na sexta-feira em Detroit teve uma infância e adolescência abastada, passada entre a casa da família, num bairro luxuoso de Lagos, na Nigéria,
e um apartamento no centro de
Londres avaliado em R$ 7 milhões. O dinheiro vem do pai,
Umaru Mutallab, 70.
Apesar da origem humilde,
no Estado de Katsina, Mutallab
pai começou sua ascensão social como contador em um escritório britânico em Londres
nos anos 60, foi ministro do governo nigeriano na década seguinte e, até se aposentar no
mês passado, era presidente do
First Bank of Nigeria, o mais
antigo do país, com escritórios
em Londres, Paris e Pequim.
Bancado por ele, Abdulmutallab entrou na UCL (University
College London), em 2005, onde se formou três anos depois
como engenheiro mecânico.
Foi a partir daí que o filho teria
radicalizado suas visões do islamismo, religião seguida pela família, o que levou o pai a procurar diplomatas da Embaixada
dos EUA na Nigéria no fim do
ano passado.
De Londres ele teria mudado
para o Egito e, em seguida, para
Dubai, de onde teria dito aos familiares que não queria mais se
relacionar com eles.
Seu próximo destino, acredita o pai agora, seria o Iêmen.
(SD)
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