São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA reveem regras após tentativa de ataque

Obama pede revisão completa de normas de segurança em voos; no Brasil, Anac não tinha informação sobre mudanças

Nova diretriz de segurança introduz proibição aos passageiros de se levantar da cadeira uma hora antes da aterrissagem do avião


SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O presidente Barack Obama ordenou uma revisão completa do sistema de segurança e de inteligência relacionado às listas de suspeitos de terrorismo para determinar se houve falhas no caso de Umar Farouk Abdulmutallab. O nigeriano foi indiciado anteontem pelo FBI sob acusação de tentar destruir um avião que se preparava para aterrissar em Detroit.
Obama quer saber "como alguém com algo tão perigoso como Petn pode ter entrado num avião", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, referindo-se ao alto explosivo que o acusado trazia, provavelmente na cueca, segundo o FBI. Obama pediu ainda a incrementação das medidas de segurança antes e durante os voos.
A decisão vem na esteira de revelações de como as suspeitas em torno do acusado foram recebidas pelas autoridades dos EUA. Ao desconfiar da radicalização religiosa do filho e de seu suposto envolvimento com extremistas no Iêmen, o pai de Abdulmutallab procurou a Embaixada dos EUA na Nigéria.
O nome dele foi incluído numa lista do escritório do diretor de Inteligência Nacional conhecida como Tide, que contém 550 mil nomes. Mas nunca entrou numa lista menos ampla e mais rigorosa do FBI, de pessoas que têm de passar por procedimentos extraordinários de segurança para viajar, nem na "no-fly list", de cerca de 4.000 pessoas proibidas de voar para ou dentro dos EUA.
Ontem, outro incidente em voo do mesmo trecho e também pela Delta voltou a deixar o aeroporto de Detroit em alerta. Segundo relatos, um passageiro também nigeriano trancou-se no banheiro por meia hora, o que levou o piloto a pedir assistência emergencial no pouso. No solo, o avião foi levado a um local afastado, as bagagens foram enfileiradas na pista e examinadas por cães farejadores, e os 256 passageiros ficaram mais três horas a bordo.
Após interrogatório, porém, os EUA descartaram que o passageiro representasse risco -ele teria sentido uma indisposição. O episódio agravou o clima de confusão nos aeroportos nos EUA, já acima da capacidade normal devido às viagens de fim de ano e, desde a tentativa de ataque, pelas novas regras de segurança.
Elas incluem a proibição dos passageiros de se levantar da cadeira ou de portar bagagem de mão por uma hora antes da aterrissagem. Os novos procedimentos foram revelados à imprensa local por autoridades que pediram para não ter os nomes revelados e pelos sites de empresas aéreas, mas não foram confirmados pelo governo.
Até a noite de ontem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não tinha informação sobre mudanças na segurança em voos do Brasil rumo aos EUA.


Texto Anterior: "Marrons" provocaram briga, diz brasileiro agredido na nuca
Próximo Texto: Até se radicalizar, "Alfa" teve vida luxuosa entre Lagos e Londres
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.