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EUA reveem regras após tentativa de ataque
Obama pede revisão completa de normas de segurança em voos; no Brasil, Anac não tinha informação sobre mudanças
Nova diretriz de segurança introduz proibição aos passageiros de se levantar da cadeira uma hora antes da aterrissagem do avião
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O presidente Barack Obama
ordenou uma revisão completa
do sistema de segurança e de
inteligência relacionado às listas de suspeitos de terrorismo
para determinar se houve falhas no caso de Umar Farouk
Abdulmutallab. O nigeriano foi
indiciado anteontem pelo FBI
sob acusação de tentar destruir
um avião que se preparava para
aterrissar em Detroit.
Obama quer saber "como alguém com algo tão perigoso como Petn pode ter entrado num
avião", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, referindo-se ao alto explosivo que o
acusado trazia, provavelmente
na cueca, segundo o FBI. Obama pediu ainda a incrementação das medidas de segurança
antes e durante os voos.
A decisão vem na esteira de
revelações de como as suspeitas em torno do acusado foram
recebidas pelas autoridades
dos EUA. Ao desconfiar da radicalização religiosa do filho e de
seu suposto envolvimento com
extremistas no Iêmen, o pai de
Abdulmutallab procurou a Embaixada dos EUA na Nigéria.
O nome dele foi incluído numa lista do escritório do diretor
de Inteligência Nacional conhecida como Tide, que contém 550 mil nomes. Mas nunca
entrou numa lista menos ampla e mais rigorosa do FBI, de
pessoas que têm de passar por
procedimentos extraordinários de segurança para viajar,
nem na "no-fly list", de cerca de
4.000 pessoas proibidas de
voar para ou dentro dos EUA.
Ontem, outro incidente em
voo do mesmo trecho e também pela Delta voltou a deixar
o aeroporto de Detroit em alerta. Segundo relatos, um passageiro também nigeriano trancou-se no banheiro por meia
hora, o que levou o piloto a pedir assistência emergencial no
pouso. No solo, o avião foi levado a um local afastado, as bagagens foram enfileiradas na pista e examinadas por cães farejadores, e os 256 passageiros ficaram mais três horas a bordo.
Após interrogatório, porém,
os EUA descartaram que o passageiro representasse risco
-ele teria sentido uma indisposição. O episódio agravou o
clima de confusão nos aeroportos nos EUA, já acima da capacidade normal devido às viagens de fim de ano e, desde a
tentativa de ataque, pelas novas
regras de segurança.
Elas incluem a proibição dos
passageiros de se levantar da
cadeira ou de portar bagagem
de mão por uma hora antes da
aterrissagem. Os novos procedimentos foram revelados à
imprensa local por autoridades
que pediram para não ter os nomes revelados e pelos sites de
empresas aéreas, mas não foram confirmados pelo governo.
Até a noite de ontem, a Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) não tinha informação sobre mudanças na segurança em
voos do Brasil rumo aos EUA.
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