São Paulo, terça-feira, 28 de dezembro de 2010

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Nevasca paralisa transporte aéreo nos EUA

Três aeroportos de Nova York estavam fechados por causa da tempestade que afeta leste do país desde anteontem

Longa espera provoca desconforto e sujeira nos terminais de passageiros; prefeito tenta acalmar ânimos


Chris McGrath/Getty Images/France Presse
Homem caminha na neve que se acumula há dias nas ruas de Manhattan, em Nova York

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

Centenas de pessoas jogadas pelo chão, procurando descansar se acomodando nas malas ou no companheiro ao lado, ou até deitadas nas esteiras de bagagem. Lixeiras transbordando e filas de mais de uma hora nos restaurantes.
Esse é um retrato dos principais aeroportos em Nova York, depois da sexta maior nevasca da história da cidade. No total, mais de 6.000 voos foram cancelados nos EUA nos últimos dois dias.
Pelo menos oito destes voos faziam rotas entre o Brasil e os EUA -quatro da TAM, dois da American Airlines, um da Continental Airlines e um da Delta Airlines.
Os três aeroportos da região (John Fitzgerald Kennedy, La Guardia e Newark) só foram abertos no fim da tarde de ontem, ficando mais de 24 horas fechados.
A nevasca, que teve início na manhã de anteontem e durou até as primeiras horas de ontem, acumulou em média de 46 cm a 61 cm de neve.
Os carros amanheceram cobertos de neve, e, se as grandes avenidas de Nova York estavam em condições razoáveis de trânsito, o mesmo não se podia dizer das ruas secundárias, lotadas de neve e intransitáveis.
Não era difícil encontrar motoristas com pás, tentando desatolar seus carros, até mesmo para que as máquinas da prefeitura pudessem passar e limpar a neve.
O prefeito Michael Bloomberg pediu aos moradores que evitassem dirigir e que ligassem para o 911 (telefone de emergência) em casos de riscos de morte.
"O mundo não acabou. A cidade continua. Muitas pessoas estão tirando o dia livre. A maioria das lojas está aberta. Não há motivo para ninguém entrar em pânico."
Bloomberg também falou que a economia da cidade vai ser prejudicada pela nevasca, já que o comércio perdeu um dos seus dias mais movimentados (logo após o Natal), com as pessoas reticentes em sair de casa, já que não foram só os aeroportos que ficaram paralisados.
Os trens metropolitanos tiveram o seu funcionamento interrompido, assim como o serviço de ônibus entre Nova York e Nova Jersey.
Houve problemas também com o metrô: 400 pessoas ficaram presas seis horas em um dos trens depois que ele teve parar porque os trilhos ficaram congelados.
Já os trens entre Nova York e Boston voltaram a funcionar ontem, após ficarem parados por um dia.
Pegar táxi também não era tarefa fácil, especialmente pela manhã, quando havia poucos carros e alguns estavam atolados na neve.
O brasileiro Vinicius Panico, estudante de medicina, disse, por exemplo, que teve de pagar US$ 100 por uma corrida que, normalmente, custa US$ 50 de Manhattan até o aeroporto JFK.
Além dos problemas nos transportes, os nova-iorquinos foram prejudicados pela falta de energia, especialmente na região do Queens.

OUTRAS REGIÕES
A tempestade afetou várias outras regiões. Os governos dos Estados de Virgínia, Maryland e Massachusetts mantêm o estado de emergência declarado no domingo, quando o temporal avançou em direção ao leste.


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