DA REDAÇÃO

Os governadores das 28 Províncias iranianas ameaçaram ontem não permitir a realização da eleição legislativa de 20 de fevereiro próximo nas regiões que governam se o veto de mais de 3.000 pedidos de candidatura de reformistas não for levantado pelo Conselho de Guardiães, órgão controlado pela linha dura que zela pelo respeito da Constituição no Irã (cujos 12 membros foram apontados pelo aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do país).
"Os governadores provinciais anunciaram de modo unânime que, devido às circunstâncias atuais, não haverá possibilidade de realizar a eleição", disse Jahanbakhsh Khanjani, porta-voz do Ministério do Interior, à agência de notícias Associated Press.
Embora Khamenei possa tornar inválida a decisão dos governadores, o anúncio significa que a linha dura terá de tomar medidas extraordinárias se quiser realizar a eleição sem levantar o veto à candidatura dos reformistas.
A decisão do Conselho de Guardiães de impedir que mais de 3.000 candidatos reformistas participem da eleição, anunciada há quase três semanas, provocou protesto dos liberais e uma das maiores crises políticas do país desde que a linha dura assumiu o poder, há mais de duas décadas.
O maior grupo de estudantes reformistas iranianos exortou a população a boicotar a eleição.