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Eleitores iraquianos começam a votar em todo o mundo
MICHEL GAWENDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE AMÃ
Os iraquianos que vivem no exterior começaram ontem a votar
em todo o mundo. A segurança
foi reforçada nos centros de votação em 14 países, que estarão
abertos até amanhã, dia das eleições no Iraque.
O jornalista israelense Shahar
Smooha, 33, decidiu votar em
Amã (Jordânia). O pai dele nasceu no Iraque e a família foi expulsa do país em 1951, após a guerra
de países árabes contra a independência de Israel. Segundo a lei,
Smooha pode votar por ser filho
de pai iraquiano.
"Vim de Israel votar porque tenho direito e porque me importo
com o futuro do Iraque", disse.
Ele afirmou que consultou uma
especialista em Oriente Médio da
Universidade de Tel-Aviv antes
de escolher sua opção de voto -a
lista Irakiyn, que afirmou ter escolhido por ser "secular, liberal e
democrática."
O engenheiro iraquiano Mohamed Ali, 53, está passando férias
na Jordânia e aproveitou para votar. "Eu acredito na democracia e
na liberdade. Estamos vendo o
começo de uma nova era no Iraque", disse, ao lado da mulher e
de dois filhos. Xiita, ele não revelou em quem votou, mas afirmou
que escolheu uma lista "liberal".
Um cristão que fugiu do Iraque
para a Jordânia há sete meses ficou com medo de revelar o voto.
"Os rebeldes podem matar minha
família no norte do Iraque", disse.
Outro iraquiano ouvido pela Folha disse que decidiu votar para
"acabar de vez com a memória de
Saddam Hussein".
Dez policiais armados com metralhadoras faziam a segurança na
porta da escola. Os eleitores passavam por detectores de metal no
portão principal. As salas de votação são parecidas com as do Brasil. Há duas mesas para registro e
outras duas com cabines de papelão. A urna -uma caixa de plástico duro transparente com lacres
nas laterais da tampa - fica em
uma terceira mesa.
Segundo a Organização Internacional para a Migração, cerca
de 200 mil iraquianos vivem na
Jordânia, mas apenas 20.166 se registraram para a eleição. Já dos 1,2
milhão de iraquianos vivendo no
exterior com direito ao voto, menos de um quarto (280.303 pessoas) se registrou para votar
No Irã, 75% dos 81 mil eleitores
se registraram. Muitos dos eleitores esperando em um local de votação em Teerã disseram que estavam ali por respeito ao aiatolá
Ali al Sistani, o principal clérigo
xiita do Iraque, que classificou a
votação de "dever religioso".
Nos Estados Unidos, cerca de 26
mil iraquianos eram esperados
em Detroit, Chicago, Los Angeles,
Washington e Nashville.
Com agências internacionais
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