São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2005

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Clérigos já ajudaram a negociar por reféns

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

A Associação de Clérigos Muçulmanos do Iraque foi a principal responsável pela negociação que levou à libertação dos três japoneses seqüestrados em 2003 no Iraque pelos Esquadrões Al Mujahidin, que mantém em cativeiro o brasileiro João José de Vasconcellos Jr. A informação é de Yasuyuki Aizawa, diretor da ONG japonesa Peace On, que participou dos contados com a entidade.
"É fundamental ter apoio de organizações muçulmanas no Iraque nas negociações", disse Aizawa à Folha em entrevista por telefone. "Se for necessário, os nossos representantes em Bagdá poderão ajudar a família do brasileiro seqüestrado", acrescentou.
A Peace On foi fundada em outubro de 2003, com o objetivo de promover ações humanitárias no Iraque e a aproximação entre as populações iraquiana e japonesa.
Segundo Aizawa, o que mais pode auxiliar é a apresentação de evidências de que ele não colaborava com o Exército dos EUA. Ele sugere que autoridades brasileiras e familiares e amigos do engenheiro escrevam cartas para os seqüestradores, que podem ser entregues por meio da Associação de Clérigos Muçulmanos do Iraque (ACMI).
"O governo e a família devem demonstrar que ele é só um trabalhador de uma empresa brasileira", observa Aizawa.
A associação é liderada por Harith al Dhari, que teve atuação crucial na libertação dos japoneses, acrescenta.
A ACMI é uma das principais organizações do Iraque e tem influência sobre a população sunita, corrente do islamismo à qual pertencem os seqüestradores.


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