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Confusão cerca contato por brasileiro
MICHEL GAWENDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE AMÃ
Oficialmente, o Itamaraty diz
que os contatos no Oriente Médio
da missão especial montada pelo
Brasil têm sido bem-sucedidos.
Porém, em Amã, capital da Jordânia, a missão disse que ainda não
conseguiu informações sobre o
engenheiro brasileiro José João de
Vasconcellos Jr., 49, desaparecido
no Iraque há 10 dias.
"Não sabemos de nada", disse o
embaixador do Brasil na Jordânia, Antonio Carlos Coelho da
Rocha, quando questionado se
havia alguma informação sobre o
estado de saúde do seqüestrado.
Os diplomatas brasileiros, liderados pelo enviado especial do
Itamaraty, Affonso Celso de Ouro-Preto, reuniram-se ontem com
colegas italianos. Parte da estratégia do Brasil, considerada sigilosa,
é procurar ajuda de embaixadas
de países que já tiveram cidadãos
seqüestrados no Iraque.
A embaixada continua tentando entrar em contato com grupos
islâmicos que poderiam fazer
apelos pela libertação do brasileiros. Mas ainda não conseguiu falar com nenhum deles.
O principal grupo listado pelo
Brasil é a Associação de Clérigos
Muçulmanos do Iraque, formada
por líderes sunitas contrários às
eleições de amanhã, mas que já
intermediou negociações entre
grupos terroristas e governos.
Os diplomatas brasileiros esperam que a associação ou outros
grupos religiosos façam apelos
por informações sobre o caso.
Na noite de anteontem, Ouro-Preto foi à casa do embaixador da
Espanha em Amã para ouvir conselhos, e a missão fez contatos
com representantes da China, do
Reino Unido, da França, da Coréia do Sul e da África do Sul.
Os diplomatas também pediram um relato de um empregado
da Construtora Norberto Odebrecht que continua em Amã. O
funcionário falou durante meia
hora com Ouro-Preto, Coelho, e
Paulo Joppert, o responsável pelo
núcleo iraquiano. Ele trabalhava
com Vasconcellos Jr. e foi retirado
do Iraque pela empresa após o
ataque, mas não estava no comboio atingido pelos terroristas.
A missão especial espera que os
responsáveis pelo desaparecimento do brasileiro façam um pedido de resgate. O grupo em Amã
avalia que o Brasil não tem como
fazer concessões políticas.
Ouro-Preto vai a Damasco, na
Síria, neste final de semana.
Com a Sucursal de Brasília
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