São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2005

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BOLÍVIA

Santa Cruz é pólo econômico

Província boliviana cria governo autônomo

DA REDAÇÃO

Após três semanas de protestos e intensas negociações, uma assembléia popular decidiu ontem pela constituição de um governo local autônomo provisório para o departamento (Estado) de Santa Cruz, na Bolívia, com a anuência do presidente Carlos Mesa.
A administração local, em forma de uma assembléia composta por cerca de 80 membros, foi oficializada durante ato pacífico na praça principal de Santa Cruz de la Sierra na noite de ontem.
A decisão faz parte de um movimento pela autonomia do departamento liderado pelo Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, uma associação civil apoiada pela Câmara de Indústria e Comércio de Santa Cruz de la Sierra (Caico).
O movimento pede mudanças que permitam a eleição direta de um governador para o departamento, considerado o motor econômico do país. Hoje os administradores locais, chamados de "prefectos", são nomeados por La Paz, como parte de um sistema centralista de poder que vigora desde 1825. Em meio à polêmica, Carlos Hugo Molina, o último administrador de Santa Cruz, renunciou anteontem.
Em acordo com lideranças do movimento, mediado pela Igreja Católica, Mesa concordou em aceitar a legitimidade da administração provisória de Santa Cruz. O presidente se comprometeu a aprovar legislação permitindo a eleição de governadores e a realizar, em 10 de abril, um referendo sobre a autonomia dos departamentos. Nesse dia, Santa Cruz pretende também eleger seu governador.
Desde o início do ano, Mesa tem sido alvo de diversas exigências populares. Num dos episódios recentes mais importantes, o presidente cedeu à exigência de manifestantes em Al Alto (a 12 km de La Paz) e cancelou o contrato com a Aguas de Illimani, subsidiária de uma multinacional francesa.


Com agências internacionais

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