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BOLÍVIA
Santa Cruz é pólo econômico
Província boliviana cria governo autônomo
DA REDAÇÃO
Após três semanas de protestos
e intensas negociações, uma assembléia popular decidiu ontem
pela constituição de um governo
local autônomo provisório para o
departamento (Estado) de Santa
Cruz, na Bolívia, com a anuência
do presidente Carlos Mesa.
A administração local, em forma de uma assembléia composta
por cerca de 80 membros, foi oficializada durante ato pacífico na
praça principal de Santa Cruz de
la Sierra na noite de ontem.
A decisão faz parte de um movimento pela autonomia do departamento liderado pelo Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, uma associação civil apoiada pela Câmara
de Indústria e Comércio de Santa
Cruz de la Sierra (Caico).
O movimento pede mudanças
que permitam a eleição direta de
um governador para o departamento, considerado o motor econômico do país. Hoje os administradores locais, chamados de
"prefectos", são nomeados por La
Paz, como parte de um sistema
centralista de poder que vigora
desde 1825. Em meio à polêmica,
Carlos Hugo Molina, o último administrador de Santa Cruz, renunciou anteontem.
Em acordo com lideranças do
movimento, mediado pela Igreja
Católica, Mesa concordou em
aceitar a legitimidade da administração provisória de Santa Cruz.
O presidente se comprometeu a
aprovar legislação permitindo a
eleição de governadores e a realizar, em 10 de abril, um referendo
sobre a autonomia dos departamentos. Nesse dia, Santa Cruz
pretende também eleger seu governador.
Desde o início do ano, Mesa tem
sido alvo de diversas exigências
populares. Num dos episódios recentes mais importantes, o presidente cedeu à exigência de manifestantes em Al Alto (a 12 km de
La Paz) e cancelou o contrato com
a Aguas de Illimani, subsidiária
de uma multinacional francesa.
Com agências internacionais
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