São Paulo, terça-feira, 29 de janeiro de 2008

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Hoje com menor peso eleitoral, reduto da velha geração cubana vai de Giuliani

DO ENVIADO A MIAMI

A Calle Ocho é Rudolph Giluliani desde criancinha. A maioria dos freqüentadores da rua mais freqüentada de Little Havana, como é conhecido o bairro de predominância cubano-americana do centro de Miami, vem demonstrando seu apoio ao ex-prefeito de Nova York em faixas, festas e encontros.
Nos últimos dias, Giuliani fez aparições freqüentes nos restaurantes e entidades que se espalham pela rua e adjacências. É o caso do Café Versailles, onde é recebido aos gritos de "Rudy! Rudy!". O lugar, espécie de prefeitura informal da região, tem até um grupo: os "amigos de Rudy Giuliani", comandado pelo proprietário, Felipe Valls, um doador da campanha do ex-prefeito.
O problema é que a Calle Ocho tem cada vez menos peso nas eleições da Flórida. Há 3 milhões de hispânicos no Estado. Desses, 400 mil são cubanos-americanos e moram no sul, em Miami e adjacências. Em Little Havana, estão concentradas a primeira e a segunda geração de refugiados da revolução comunista de Fidel.
Ultraconservadores, são entre 10% e 12% dos votos do Partido Republicano na Flórida, segundo Brad Coker, diretor do instituto de pesquisas Mason-Dixon, "e é esse o único grupo em que Giuliani lidera". Mesmo tendo concentrado todos os seus esforços no Estado, o ex-prefeito está em distante terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, com 15,9%.
Mas ontem Giuliani não dava mostras de desistir. Sua campanha colocou na internet o anúncio "Não Apoiado". Nele, usa o apoio dado a John McCain por editoriais de jornais norte-americanos de centro para dizer que essa é uma confirmação de suas credenciais conservadoras.
"Quando você luta para apontar juízes conservadores, quer que os EUA aumentem seu poder militar para proteger nossas famílias, exige que os cidadãos leiam, escrevam e falem em inglês, você vai ser a última pessoa na Terra a ser apoiada pelo liberal [de esquerda, nos EUA] "New York Times'", diz o locutor, referindo-se ao endosso do jornal a McCain. Uma derrota hoje deve significar o fim da candidatura do político que há menos de três meses era o líder nas pesquisas nacionais, onde hoje também amarga terceiro e mesmo quarto lugar. (SD)


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