São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Entrega de reféns começa domingo

Segundo senadora colombiana, helicópteros partirão do Brasil para transportar liberados pelas Farc

Comitê Internacional da Cruz Vermelha comandará ação; entre os seis reféns está o ex-governador Alan Jara, capturado em 2001

DA REPORTAGEM LOCAL

Começará neste domingo, com apoio logístico brasileiro, a operação para retirar da selva a primeira leva do grupo de seis reféns que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) prometeram soltar em dezembro. A comissão que receberá os sequestrados partirá do Brasil no fim de semana, em dois helicópteros do Exército, disse a senadora colombiana oposicionista Piedad Córdoba.
A ação completa será coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e terá três etapas. Segundo o porta-voz da entidade em Bogotá, Yves Heller, estarão a bordo das aeronaves brasileiras três representantes do CICV, cinco do Brasil (incluindo dois pilotos dos helicópteros e dois técnicos) e ainda quatro integrantes do grupo de Córdoba, que negocia as libertações.
A senadora informou que as Farc já enviaram as coordenadas para localizar os reféns na selva -a guerrilha prometeu soltar o ex-governador do departamento de Meta Alan Jara, capturado em 2001, o ex-deputado de Valle del Cauca Sigifredo López, no cativeiro desde 2003, um soldado e três policiais -esses não identificados.
O Brasil participará da missão a pedido do CICV. Contou para a escolha e para sua aprovação pelo governo Álvaro Uribe o perfil discreto de Brasília.
Ninguém do governo brasileiro quis falar ontem sobre a operação. Segundo a assessoria de Córdoba, ela virá ao Brasil em um voo particular. Não se sabe de que cidade a comitiva partirá. A libertação dos reféns no próprio domingo, afirmou Heller, dependerá das condições do clima, entre outros fatores. Bogotá prometeu cessar ataques às Farc durante a ação.

Fôlego político
Enfraquecidas pela pressão militar, pelo desgaste político provocado pelos sequestros e pela exitosa e controversa operação de resgate de Ingrid Betancourt, em julho, as Farc anunciaram a libertação unilateral dos seis reféns na tentativa de relançar a proposta de intercâmbio humanitário: troca de sequestrados "políticos" -um grupo de 28 pessoas- por 500 guerrilheiros presos.
O governo Álvaro Uribe resiste à proposta. Ontem, Uribe atribuiu às Farc um atentado em Bogotá que matou duas pessoas (leia nesta página). Chamou de "farsa" e "hipocrisia" o chamado da guerrilha ao acordo humanitário quando praticam "extorsão e terror". (FLÁVIA MARREIRO)


Com agências internacionais e a Sucursal de Brasília


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