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Entrega de reféns começa domingo
Segundo senadora colombiana, helicópteros partirão do Brasil para transportar liberados pelas Farc
Comitê Internacional da
Cruz Vermelha comandará
ação; entre os seis reféns está o ex-governador Alan Jara, capturado em 2001
DA REPORTAGEM LOCAL
Começará neste domingo,
com apoio logístico brasileiro, a
operação para retirar da selva a
primeira leva do grupo de seis
reféns que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) prometeram soltar em
dezembro. A comissão que receberá os sequestrados partirá
do Brasil no fim de semana, em
dois helicópteros do Exército,
disse a senadora colombiana
oposicionista Piedad Córdoba.
A ação completa será coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e
terá três etapas. Segundo o porta-voz da entidade em Bogotá,
Yves Heller, estarão a bordo
das aeronaves brasileiras três
representantes do CICV, cinco
do Brasil (incluindo dois pilotos dos helicópteros e dois técnicos) e ainda quatro integrantes do grupo de Córdoba, que
negocia as libertações.
A senadora informou que as
Farc já enviaram as coordenadas para localizar os reféns na
selva -a guerrilha prometeu
soltar o ex-governador do departamento de Meta Alan Jara,
capturado em 2001, o ex-deputado de Valle del Cauca Sigifredo López, no cativeiro desde
2003, um soldado e três policiais -esses não identificados.
O Brasil participará da missão a pedido do CICV. Contou
para a escolha e para sua aprovação pelo governo Álvaro Uribe o perfil discreto de Brasília.
Ninguém do governo brasileiro quis falar ontem sobre a
operação. Segundo a assessoria
de Córdoba, ela virá ao Brasil
em um voo particular. Não se
sabe de que cidade a comitiva
partirá. A libertação dos reféns
no próprio domingo, afirmou
Heller, dependerá das condições do clima, entre outros fatores. Bogotá prometeu cessar
ataques às Farc durante a ação.
Fôlego político
Enfraquecidas pela pressão
militar, pelo desgaste político
provocado pelos sequestros e
pela exitosa e controversa operação de resgate de Ingrid Betancourt, em julho, as Farc
anunciaram a libertação unilateral dos seis reféns na tentativa de relançar a proposta de intercâmbio humanitário: troca
de sequestrados "políticos"
-um grupo de 28 pessoas- por
500 guerrilheiros presos.
O governo Álvaro Uribe resiste à proposta. Ontem, Uribe
atribuiu às Farc um atentado
em Bogotá que matou duas pessoas (leia nesta página). Chamou de "farsa" e "hipocrisia" o
chamado da guerrilha ao acordo humanitário quando praticam "extorsão e terror".
(FLÁVIA MARREIRO)
Com agências internacionais
e a Sucursal de Brasília
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