São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Atentado contra locadora mata 2 em Bogotá ; Uribe acusa guerrilha

DA REDAÇÃO

O governo da Colômbia atribuiu às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a autoria de um atentado em uma área nobre de Bogotá que matou duas pessoas na noite de anteontem. Em resposta, o Ministério da Defesa anunciou que vai intensificar a ofensiva militar contra a guerrilha.
De acordo com as primeiras investigações, dois homens deixaram uma bomba com cerca de cinco quilos de pentonita (explosivo usado em demolições) na frente do estacionamento de uma locadora Blockbuster no norte da cidade, em zona abastada que combina residências e comércio.
O artefato explodiu perto das 21h locais (0h no Brasil), matando María Margarita Rico, 25, que passava pela área, e Carlos Romero, 30, vigia do estacionamento havia só dois dias. A ação destruiu dez carros e danificou mais de vinte casas.
O governo Álvaro Uribe ligou o atentado à ação de pressão das Farc, que estaria extorquindo a rede de locadoras de origem americana e outros estabelecimentos. Duas outras unidades da Blockbuster sofreram ataques em 2007, segundo o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos.
Segundo Santos, em 3 de janeiro, funcionários de inteligência interceptaram uma comunicação de Mono Jojoy, o chefe militar da guerrilha, na qual ele mencionava um suposto plano chamado "Renascer". Uma das ordens do plano seria expandir a presença das Farc e praticar ações "terroristas".
Numa rara coincidência de opiniões com o governo Uribe, o prefeito oposicionista de Bogotá, Samuel Moreno (Polo Democrático Alternativo, esquerda), disse que provavelmente o ataque está relacionado à atividades de extorsão das Farc.
As Farc estariam intensificando a prática de extorsão (chamada "vacina") em áreas urbanas para compensar as perdas financeiras provocadas pela ofensiva militar de Uribe -os atentados urbanos se tornaram raros após sua chegada ao poder. A guerrilha não se pronunciou sobre o ataque.
O governo anunciou a criação de uma frente antiextorsão -além das Farc, os achacadores dizem pertencer a novos grupos paramilitares como os Águias Negras. Bogotá oferece o equivalente a US$ 50 mil por informações sobre o ataque.


Com agências internacionais


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