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Presidente argentina diz que comer carne de porco melhora o sexo
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
A presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, recomendou à população consumir
carne de porco -para "incrementar a atividade sexual"- e de frango -para
"emagrecer e voar".
Após a assinatura de um
convênio com representantes da indústria suína, na Casa Rosada, anteontem, Cristina disse que a gordura do
porco é afrodisíaca e deu um
exemplo particular da comprovação da tese.
A presidente contou que,
no último fim de semana, depois de comer porco assado,
"crocante como um biscoito", "tudo saiu muito bem".
Ela disse que eram propícios
também "o tempo fantástico" e o "clima de relaxamento" de Calafate (sul do país).
Entre surpresa e acanhada, a plateia, predominantemente masculina, sorriu e
aplaudiu quando Cristina
disse que "é mais satisfatório
comer uma carninha de porco do que tomar Viagra" e se
despediu afirmando que "a
carne de porco melhora a
atividade sexual; não custa
nada provar".
Ontem, Cristina exaltou as
propriedades do frango,
"que não é afrodisíaco, mas
ajuda a emagrecer, sobretudo o peito"- ela estava na
inauguração de um projeto
de expansão de uma granja.
"Eu fico com os frangos.
Quem sabe comer frango
nos faça voar. Voemos com
frangos e comamos porco",
afirmou, depois de cotejar os
frangos com os "abutres".
A Casa Rosada designa como "abutres" os fundos de
credores de sua dívida externa que recusaram a renegociação proposta pelo presidente Néstor Kirchner
(2003-2007), marido de
Cristina, em 2005.
Neste mês, os credores
conseguiram embargar por
alguns dias uma conta da Argentina no Tesouro dos
EUA, acentuando a crise que
a Casa Rosada enfrenta desde o último dia 8, quando
Cristina demitiu por decreto
o presidente do Banco Central, Martín Redrado, por refutar seu plano de pagar a dívida com reservas do BC.
Redrado voltou ao cargo
por via judicial. A questão está pendente. Desde o início
da crise, Cristina fez duros
discursos contra Redrado, a
oposição e seu vice, Julio Cobos, rompido com ela desde
2008, quando o governo entrou em atrito com produtores de grãos e de gado.
Cristina chegou a dizer
que, se fosse "gênio", faria
"alguns desaparecerem". A
UCR (União Cívica Radical),
sigla de Cobos, advertiu que
"não tolerará mais a violência discursiva, muito menos
permitirá que voltem os
anos de terror". O verbo "desaparecer" é sensível no país,
que estima em 30 mil os "desaparecidos" na mais recente ditadura (1976-1983).
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