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IRAQUE
Embaixada dos EUA nega
Xiitas acusam Bush de vetar premiê Jaafari
DA REDAÇÃO
Os partidos da Aliança Xiita,
que venceu as eleições iraquianas,
retomaram ontem as negociações
com curdos e árabes sunitas para
formar o governo sem esquecer o
atrito com os EUA causado por
uma operação militar realizada
no domingo, em que entre 16 e 37
pessoas foram mortas por tropas
americanas.
Washington também sofre a
acusação de pressionar contra a
escolha do primeiro-ministro do
novo governo, o que as autoridades americanas negam.
Apesar da retomada das negociações, a definição de um novo
governo unitário deve demorar:
"Quase nada aconteceu hoje",
disse Bahaa al Araji, membro da
Aliança Xiita. Alguns xiitas falaram em conflitos internos, outros
em raiva direcionada aos EUA.
Um dos problemas discutidos
ontem foi a suposta interferência
dos EUA na escolha do premiê. A
aliança indicou o atual premiê,
Ibrahim al Jaafari, apoiado por
facções ligadas a xiitas iranianos.
Segundo um membro de um
partido rival de Al Jaafari, o presidente dos EUA, George W. Bush,
não quer a permanência do atual
premiê: "Bush mandou um recado por meio do [embaixador Zalmay] Khalilzad a Abdul Aziz al
Hakim, como líder da aliança, dizendo que não quer que Ibrahim
al Jaafari seja primeiro-ministro",
disse Rida Jawad al Takki, do
mesmo partido de Al Hakim.
A Embaixada dos EUA negou
que tenha havido a sugestão, mas
um assessor de Jaafari disse à
agência Reuters que estava ciente
de que houve a mensagem, que
está fazendo a coalizão rever uma
das poucas definições obtidas.
Saleh al Mutlak, líder sunita,
disse: "Se houver uma vontade
política real, haverá um governo
em breve". Mas a vontade dos líderes xiitas tem sido contestar o
ataque dos EUA no domingo.
A versão dos EUA para o conflito conta que 16 insurgentes morreram depois de atacar a batida
formada por soldados americanos e iraquianos. Ministros xiitas
e a TV oficial do Iraque dizem que
houve mais mortos e os EUA atacaram pessoas desarmadas que
rezavam numa mesquita xiita.
O Pentágono apresentou ontem
a parlamentares dos EUA fotografias que, segundo o governo,
comprovam a versão americana.
Comandantes das forças dos EUA
acusaram as lideranças xiitas de
acreditar numa versão montada
por pessoas que mudaram os corpos de lugar e retiraram as armas
dos mortos antes de os filmar.
Informações russas
O Pentágono também deu subsídios para o governo dos EUA interpelar a Rússia quanto a seu relacionamento com o Iraque às
vésperas da invasão liderada pelos americanos.
A secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, telefonou ontem ao chanceler russo, Sergei Lavrov, para pedir que seja investigada a acusação de que, em 2003,
membros da diplomacia russa
forneceram ao então ditador Saddam Hussein dados sobre a movimentação das tropas que se preparavam para atacar o Iraque.
Violência
Ontem foram seqüestrados 24
iraquianos em três ataques diferentes a empresas de Bagdá, somando 40 seqüestros desde anteontem. Foram encontradas
também mais 17 corpos de vítimas de assassinato em Bagdá.
Com agências internacionais
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