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Com bombas em Basra, EUA entram em guerra de xiitas
DA REDAÇÃO
A intensificação dos combates entre forças do governo iraquiano e a milícia xiita Exército
de Mehdi, que entraram ontem
no seu quarto dia, levou as forças lideradas pelos EUA no Iraque a entrarem de vez no conflito, bombardeando posições
rebeldes em Basra e Bagdá, as
duas maiores cidades do país.
Ao amanhecer, aviões americanos atacaram em Basra bases
logísticas do Exército de Mehdi, poderosa e popular milícia
comandada pelo clérigo Moqtada al Sadr, que disputa o controle da capital petrolífera do
país desde a semana passada
com grupos xiitas rivais supostamente apoiados pelo governo
do premiê Nuri al Maliki (também parte da maioria xiita).
Os bombardeios americanos
destruíram ainda alvos em Sadr
City, um bairro pobre de Bagdá
onde Sadr tem forte apoio popular. Até então, a participação
da coalizão na ofensiva do governo iraquiano contra o Exército de Mehdi, iniciada na madrugada de terça-feira, limitava-se a patrulhamento e apoio
em operações específicas.
A exemplo de Basra e outras
cidades, Bagdá está sob toque
de recolher, mas combates continuam acontecendo em alguns
setores da capital, elevando o
número de mortos para pelo
menos 120 desde terça-feira.
A repressão aos milicianos
ameaça acabar com uma trégua
unilateral observada desde
meados do ano passado pelo
Exército de Mehdi, leal a Sadr.
Seguidores do clérigo radical
acusam o governo de se aproveitar da trégua -crucial para a
redução da violência no país- a
fim de esmagar a milícia.
Nem o prazo de três dias dado pelo governo para que os
grupos xiitas entregassem as
armas conseguiu diminuir a capacidade de combate do Exército de Mehdi, que continuou
lançando mísseis contra a ultraprotegida Zona Verde de
Bagdá, onde ficam o governo
iraquiano e a base dos EUA.
O ministro da Defesa do Iraque, Abdel Qader Jassim, admitiu ter pedido ajuda às forças
estrangeiras diante da resistência apresentada pelos milicianos. "Estamos surpresos por
essa resistência, que nos obrigou a mudar nossos planos",
disse Jassim.
Em mais um sinal de desamparo do governo, Maliki prometeu dinheiro aos rebeldes de
Basra que entregarem as armas, "pesadas e médias", até o
dia 8 de abril.
Com agências internacionais
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