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Liderança democrata pede fim de ataques pessoais
Para Dean, que quer definição até 1º de julho, agressões entre Hillary e Obama põem em xeque chances do partido para Presidência
DA REDAÇÃO
O presidente do Partido Democrata, Howard Dean, pediu
ontem que os pré-candidatos à
Presidência dos EUA Hillary
Clinton e Barack Obama contenham os ataques mútuos e
exortou seus correligionários a
definirem seu indicado até julho. Caso contrário, disse, o
partido porá em risco suas
chances de eleger o sucessor de
George W. Bush em novembro.
"Vocês não vão querer desmoralizar a base do Partido Democrata, com esses ataques
mútuos", afirmou o ex-governador de Vermont.
Dean alertou para um perigo
que começou a ganhar vulto recentemente, quando as agressões entre Hillary e Obama passaram a crescer. Um dos motivos para as atitudes fratricidas
seria a adoção, pela ex-primeira-dama, da chamada "Tática
Tonya Harding". O nome é uma
menção a ex-patinadora que
mandou espancar sua rival na
véspera de uma competição.
Segundo assessores de Hillary, ela já está consciente de
que não será a indicada do Partido Democrata para disputar a
Casa Branca, mas resolveu minar as chances do colega. O raciocínio é que, com a vitória do
republicano John McCain, ela
aumentaria sua chances de ser
eleita presidente em 2012.
Indícios de que a tática esteja
em campo são a insistência da
senadora em lembrar os laços
que Obama teve com o pastor
Jeremiah Wright, cujos sermões são carregados de inflamação à discórdia racial, e declaração recente do ex-presidente Bill Clinton, insinuando
que Obama não é patriota.
A campanha de Obama não
deixou barato, apontando que
Hillary mentiu ao dizer que desembarcou sob tiroteio de um
helicóptero quando visitou a
Bósnia, como primeira-dama,
em 1996. E anteontem, ao propor medidas econômicas para
frear a crise no mercado imobiliário americano, Obama insinuou que os problemas de hoje
têm origem na era Clinton.
Na tentativa de conter danos,
Dean pediu que os superdelegados não esperem até a convenção nacional, no fim de
agosto, para escolher quem
concorrerá com o virtualmente
indicado McCain -os cerca de
800 superdelegados democratas votam como querem, independentemente dos resultados
das prévias estaduais. A expectativa é que Obama chegue a
agosto com poucos delegados a
mais do que Hillary, cabendo a
decisão aos superdelegados.
Dean quer que os superdelegados façam sua opção até o fim
de junho, para que os simpatizantes do pré-candidato derrotado apóiem o vencedor. Algo
que por ora não parece fácil:
pesquisa Gallup divulgada no
último dia 26 dá conta de que
28% dos ditos eleitores de Hillary votarão em McCain caso
Obama seja o escolhido; já 19%
dos que querem Obama votariam no republicano em um
embate com Hillary.
Pensilvânia
Obama ganhou ontem um
apoio importante para a primária da Pensilvânia, na qual as
pesquisas apontam vantagem
média de 16 pontos de sua rival.
O endosso veio do senador Bob
Casey e pode valer-lhe votos do
eleitorado católico local, que
perfaz um terço do todo. O Estado, que vota dia 22 de abril, é
o de maior peso nesta reta final.
Já Hillary ontem ouviu do senador democrata Patrick
Leahy, de Vermont, um pedido
para abandonar a disputa. Ao
que respondeu que permaneceria, pois "há milhões de motivos para ficar nesta disputa".
Com agências internacionais
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