São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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Coreia do Sul e EUA elevam alerta militar

Nível é o maior desde 1º teste nuclear norte-coreano, em 2006; medida significa reforço naval e maior vigilância por satélite

Pyongyang diz que "mínima escaramuça acidental" pode detonar guerra nuclear; CS da ONU ainda negocia termos de nova resolução contra país

DA REDAÇÃO

Os EUA e a Coreia do Sul elevaram ontem o nível de alerta militar, um dia depois de o regime norte-coreano declarar inválido o armistício que pôs fim ao conflito na península Coreana, em 1953, e ameaçar com "poderoso" ataque à vizinha.
O alerta, de nível 2 -em escala que vai de 5, mais baixo, a 1, mais alto-, é o maior desde 2006, quando Pyongyang realizou seu primeiro teste nuclear.
No domingo, o regime do ditador Kim Jong-il detonou um segundo artefato atômico, de no mínimo cinco vezes a potência do anterior, aumentando a tensão regional. A escalada incluiu o disparo de mísseis de curto alcance no mar.
O aumento do alerta significa reforço nas embarcações militares na fronteira marítima entre os países e incremento na vigilância da Coreia do Norte por satélites. Não foram fornecidos maiores detalhes.
Por meio da agência de notícias oficial, Pyongyang reagiu à elevação do alerta "pelo esquema de invasão dos EUA e do regime-marionete da Coreia do Sul" dizendo que "uma mínima escaramuça acidental pode desencadear a guerra nuclear".
O país invalidou o armistício de 1953 em retaliação à adesão pela vizinha do Sul, anunciada na terça, à iniciativa americana de controle marítimo regional. Segundo a Casa Branca, é a quinta vez em 15 anos que a Coreia do Norte adota a medida.
Apesar da tensão, os EUA disseram ontem não ter detectado nenhuma movimentação significativa de tropas norte-coreanas e descartaram reforçar seu contingente na Coreia do Sul, hoje em 28 mil soldados.
Pyongyang e Seul ainda hoje estão, oficialmente, em guerra, uma vez que um acordo de paz nunca foi firmado após a guerra de três anos que consolidou a divisão da península.
No Conselho de Segurança da ONU, os cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) e de Japão e Coreia do Sul diziam desde anteontem ter concordado sobre a necessidade de nova resolução contra Pyongyang -duas já vigoram.
Um novo texto só deverá ser apresentado, porém, no início da próxima semana.
A Rússia pediu que se evite isolar ainda mais o país com sanções muito duras, mas apoia uma nova resolução.
A China, maior parceiro norte-coreano e principal entrave a um endurecimento com o país, foi elogiada pelos EUA.


Com agências internacionais


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