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Japão cede e aceita manter base dos EUA
Posto militar será transferido dentro da ilha de Okinawa, contrariando população local e promessa de premiê
Futenma é considerada chave para Washington, principalmente em meio à crescente tensão na península Coreana
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O premiê japonês, Yukio
Hatoyama, cedeu aos EUA e
concordou em manter uma
criticada base aérea americana na ilha de Okinawa, decisão que quebra sua promessa de campanha e contraria a
população local.
Hatoyama e o presidente
dos EUA, Barack Obama,
acordaram ontem que a atual
base de Futenma, ao sul de
Okinawa, será transferida
para Henoko, área mais erma
ao norte da mesma ilha.
Um comunicado conjunto
defendeu "a robusta presença militar americana no Japão" para manter a "estabilidade regional", principalmente ante a recente escalada nas tensões entre as Coreias do Sul e do Norte.
O acordo divulgado ontem
repete os termos de um pacto
de 2006, firmado no governo
anterior ao de Hatoyama
(eleito em agosto passado),
que na campanha prometera
mais independência em relação aos EUA e tirar a base
americana de Okinawa.
A base é bastante criticada
no país desde o estupro de
uma menina de 12 anos por
fuzileiros navais, em 1995, e é
associada pelos locais a poluição e criminalidade.
"Peço sinceras desculpas
por não ter podido manter a
minha palavra", disse Hatoyama -cuja popularidade
está em queda- na TV.
Ele defendeu a importância de "manter a confiança
entre EUA e Japão" e argumentou que foram estudados
40 lugares alternativos para
a base, mas nenhum serviu.
Após o anúncio do acordo,
cerca de mil habitantes de
Nago, cidade próxima a Henoko, iniciaram protesto.
A medida também respingou no gabinete de Hatoyama, que demitiu a ministra
de Igualdade de Gêneros, Mizuho Fukushima, após ela se
recusar a apoiar o acordo.
ESTUDOS
A base é chave para as operações dos EUA no Pacífico e
abriga, segundo Hatoyama,
75% dos cerca de 47 mil militares americanos no Japão.
O pacto de ontem prevê
para agosto a conclusão de
estudos para a mudança a
Henoko e, além disso, o traslado de 8.000 soldados americanos no Japão para Guam
(dependência dos EUA na
Oceania) até 2014.
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