São Paulo, sábado, 29 de maio de 2010

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Japão cede e aceita manter base dos EUA

Posto militar será transferido dentro da ilha de Okinawa, contrariando população local e promessa de premiê

Futenma é considerada chave para Washington, principalmente em meio à crescente tensão na península Coreana

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê japonês, Yukio Hatoyama, cedeu aos EUA e concordou em manter uma criticada base aérea americana na ilha de Okinawa, decisão que quebra sua promessa de campanha e contraria a população local.
Hatoyama e o presidente dos EUA, Barack Obama, acordaram ontem que a atual base de Futenma, ao sul de Okinawa, será transferida para Henoko, área mais erma ao norte da mesma ilha.
Um comunicado conjunto defendeu "a robusta presença militar americana no Japão" para manter a "estabilidade regional", principalmente ante a recente escalada nas tensões entre as Coreias do Sul e do Norte.
O acordo divulgado ontem repete os termos de um pacto de 2006, firmado no governo anterior ao de Hatoyama (eleito em agosto passado), que na campanha prometera mais independência em relação aos EUA e tirar a base americana de Okinawa.
A base é bastante criticada no país desde o estupro de uma menina de 12 anos por fuzileiros navais, em 1995, e é associada pelos locais a poluição e criminalidade.
"Peço sinceras desculpas por não ter podido manter a minha palavra", disse Hatoyama -cuja popularidade está em queda- na TV.
Ele defendeu a importância de "manter a confiança entre EUA e Japão" e argumentou que foram estudados 40 lugares alternativos para a base, mas nenhum serviu.
Após o anúncio do acordo, cerca de mil habitantes de Nago, cidade próxima a Henoko, iniciaram protesto.
A medida também respingou no gabinete de Hatoyama, que demitiu a ministra de Igualdade de Gêneros, Mizuho Fukushima, após ela se recusar a apoiar o acordo.

ESTUDOS
A base é chave para as operações dos EUA no Pacífico e abriga, segundo Hatoyama, 75% dos cerca de 47 mil militares americanos no Japão.
O pacto de ontem prevê para agosto a conclusão de estudos para a mudança a Henoko e, além disso, o traslado de 8.000 soldados americanos no Japão para Guam (dependência dos EUA na Oceania) até 2014.


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