DA REDAÇÃO

O Exército paquistanês bombardeou ontem supostos esconderijos de militantes do Taleban, na primeira ofensiva do novo governo contra grupos fundamentalistas, com os quais negocia acordo de paz. Segundo o governo, a ofensiva visa proteger Peshawar, a principal cidade da volátil região noroeste, ameaçada pela presença do Taleban.
Em resposta ao que considerou uma agressão unilateral, o líder do grupo no Paquistão, Baitullah Mehsud, suspendeu o diálogo entre seus aliados e o governo. "Paz não pode ser alcançada pela força e pela agressão. Será muito infeliz para a nação paquistanesa se as lutas recomeçarem", disse Mehsud, por telefone, à agência de notícias Associated Press.
Ataques terroristas deixaram mais de mil mortos entre julho de 2007 e março de 2008, antes que o premiê recém-eleito, Yousaf Raza Gilani -do secular PPP, partido da ex-premiê assassinada Benazir Bhutto-, iniciasse o processo de conciliação com os fundamentalistas e líderes tribais. Em abril, Mehsud anunciou um cessar-fogo.
O novo governo reduziu o poder do presidente Pervez Musharraf, aliado dos EUA, e afastou-se das diretrizes da guerra ao terror americana. Apesar das divergências, o acordo de cooperação com Washington foi mantido.