São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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Grécia vive dia de violência antes da votação de pacote

Policiais e manifestantes se enfrentaram após a decretação de greve geral

Sindicatos fazem 48h de paralisação contra medidas de austeridade que o Parlamento vai votar nesta semana

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de pessoas saíram ontem às ruas de Atenas em protesto contra as medidas de austeridade que devem ser votadas pelo Parlamento grego hoje e amanhã.
As manifestações eram parte de uma greve geral de 48 horas, que começou pacífica, mas acabou em violência durante a tarde.
Alguns manifestantes entraram em confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo e cassetetes para conter a multidão estimada em 20 mil jovens e reunida na praça Syntagma ,em frente ao Parlamento. Dezenas de manifestantes ficaram feridos, e 18 foram presos.
Segundo autoridades gregas, 20 policiais levaram pedradas.
Com a Grécia à beira da bancarrota, o Parlamento vota nesta semana um pacote que prevê cortes de gastos, aumento de impostos e privatizações, como primeira fase de um resgate que a União Europeia (UE) arquiteta para evitar a eventual primeira quebra de um país do bloco.
De noite, centenas de manifestantes retornaram à praça em marchas pacíficas, gritando insultos contra o Parlamento, como fazem toda noite há mais de um mês.
Por causa da greve, transportes, escolas e outros serviços públicos estavam paralisados na Grécia. Estima-se que ao menos 3 milhões de funcionários públicos e privados tenham aderido.
Muitos gregos acreditam que o resgate impõe duras penas aos trabalhadores, poupando os ricos. "As medidas são para o bem dos bancos, não para o dos trabalhadores", disse Yannis Tsounis, 38, um funcionário público. "A Europa não deve nos ver como párias.
Começamos a nos sentir como se não fossemos parte da Europa."

DÍVIDAS
A Grécia enfrenta sua pior recessão desde 1970, com o desemprego em mais de 40% e as finanças públicas afundadas em uma dívida equivalente a 150% do PIB do país.
Com apoio da UE e do FMI, o governo grego agora busca aval do Parlamento em duas votações cruciais para convencer os credores internacionais de que a Grécia tem um plano contra a crise e as medidas de austeridade podem ser implementadas para reestruturar a economia.


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