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Sorbonne inaugura lojinha oficial em Paris
Universidade corre atrás do "prejuízo" para se igualar a outras instituições célebres, como Harvard e Oxford
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Sorbonne, uma das mais
célebres universidades do
mundo, comemora neste ano
750 anos de existência e abre
sua primeira butique com artigos oficiais destinados a turistas e estudantes.
A iniciativa não é inédita. Entre as principais universidades
do mundo, somente a Sorbonne não possuía ainda sua própria butique. O turista ou estudante que desejasse levar para
casa um suvenir da famosa universidade francesa deveria se
contentar com os artigos não-oficiais vendidos nas lojinhas
para turistas que borbulham no
Quartier Latin, em Paris.
Com o objetivo de recuperar
o tempo perdido e de se alinhar
ao que já fazem outras universidades de primeira linha no
mundo, a Sorbonne inaugurou
em maio sua primeira lojinha,
instalada na entrada do principal prédio da universidade, no
coração do Quartier Latin. Alguns artigos já estão à venda,
mas o total dos produtos, que
inclui canetas, blocos de notas,
livros e dois modelos de camiseta, só estarão disponíveis a
partir de setembro.
"A Sorbonne é formada por
três universidades [Paris 1, Paris 3 e Paris 4], cada uma com
sua própria logomarca e estratégia de comunicação. A idéia
era, então, criar uma identidade institucional e visual comum para responder às demandas dos turistas e estudantes", diz Emmanuelle Bednarek, responsável pelo projeto.
Foram necessários três anos,
entre a concepção e a realização do projeto. Para criar a nova logomarca oficial, um grafista retrabalhou o primeiro brasão da universidade, que data
de 1215. Também foi necessário
patentear a marca Sorbonne,
iniciativa que a universidade
havia negligenciado até setembro do ano passado.
A partir de agora, a marca La
Sorbonne Paris só pode ser explorada com autorização da
instituição -há cerca de 20
anos, um astucioso estudante
alemão havia tido a mesma
idéia, patenteando a marca para criar camisetas e bonés. O
custo total do projeto, 25 mil,
é modesto, já que quase tudo
foi realizado pelos próprios
funcionários da universidade.
Promoção de marca
Um estudo realizado no final
de 2006 pela Noir sur Blanc,
primeira agência européia especializada em assessoria de
comunicação e imprensa para
instituições de ensino superior,
revela que 100% das universidades americanas e britânicas
interrogadas incluem estratégias de promoção de marca nos
projetos de comunicação. Nas
universidades francesas, essa
porcentagem cai pela metade.
"Importada dos EUA e durante muito tempo tabu na
França, a idéia de marca e concorrência somente começou a
ganhar as universidades francesas recentemente", explica
Brigitte Fournier, fundadora
da agência.
Apesar de comunicar pouco,
a Sorbonne é renomada. Segundo Marcel Botton, presidente da Nomem, empresa especializada na mudança e valorização do nome de empresas, a
marca Sorbonne valeria hoje
mais de 1 bilhão.
Mas, para Brigitte Fournier,
o prestígio e a notoriedade da
Sorbonne não justificam negligenciar a promoção da marca.
"Se a Sorbonne não conseguir
fazer evoluir sua própria imagem, corre o risco de ser percebida como um monumento
histórico pueril, uma espécie
de museu, onde tudo é imóvel,
onde nada evolui", afirma.
A butique da Sorbonne é ainda modesta se comparada às
lojas de prestigiosas universidades norte-americanas ou
britânicas, como Harvard, Columbia, Oxford ou Cambridge.
Inicialmente serão vendidos
15 artigos, mas a idéia é diversificar os produtos, com corta-papéis, guarda-chuvas e mochilas. Os preços variam de 4,
para canetas com a logomarca
da instituição, até 45, para a
camiseta de rúgbi, criada em
homenagem à Copa do Mundo
de Rúgbi, que será realizada na
França em setembro.
Mas quem passar por Paris
em agosto terá que se contentar com as lojinhas para turistas do Quartier Latin, já que a
butique não funciona durante
as férias escolares.
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