São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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Sorbonne inaugura lojinha oficial em Paris

Universidade corre atrás do "prejuízo" para se igualar a outras instituições célebres, como Harvard e Oxford

ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Sorbonne, uma das mais célebres universidades do mundo, comemora neste ano 750 anos de existência e abre sua primeira butique com artigos oficiais destinados a turistas e estudantes.
A iniciativa não é inédita. Entre as principais universidades do mundo, somente a Sorbonne não possuía ainda sua própria butique. O turista ou estudante que desejasse levar para casa um suvenir da famosa universidade francesa deveria se contentar com os artigos não-oficiais vendidos nas lojinhas para turistas que borbulham no Quartier Latin, em Paris.
Com o objetivo de recuperar o tempo perdido e de se alinhar ao que já fazem outras universidades de primeira linha no mundo, a Sorbonne inaugurou em maio sua primeira lojinha, instalada na entrada do principal prédio da universidade, no coração do Quartier Latin. Alguns artigos já estão à venda, mas o total dos produtos, que inclui canetas, blocos de notas, livros e dois modelos de camiseta, só estarão disponíveis a partir de setembro.
"A Sorbonne é formada por três universidades [Paris 1, Paris 3 e Paris 4], cada uma com sua própria logomarca e estratégia de comunicação. A idéia era, então, criar uma identidade institucional e visual comum para responder às demandas dos turistas e estudantes", diz Emmanuelle Bednarek, responsável pelo projeto.
Foram necessários três anos, entre a concepção e a realização do projeto. Para criar a nova logomarca oficial, um grafista retrabalhou o primeiro brasão da universidade, que data de 1215. Também foi necessário patentear a marca Sorbonne, iniciativa que a universidade havia negligenciado até setembro do ano passado.
A partir de agora, a marca La Sorbonne Paris só pode ser explorada com autorização da instituição -há cerca de 20 anos, um astucioso estudante alemão havia tido a mesma idéia, patenteando a marca para criar camisetas e bonés. O custo total do projeto, 25 mil, é modesto, já que quase tudo foi realizado pelos próprios funcionários da universidade.

Promoção de marca
Um estudo realizado no final de 2006 pela Noir sur Blanc, primeira agência européia especializada em assessoria de comunicação e imprensa para instituições de ensino superior, revela que 100% das universidades americanas e britânicas interrogadas incluem estratégias de promoção de marca nos projetos de comunicação. Nas universidades francesas, essa porcentagem cai pela metade.
"Importada dos EUA e durante muito tempo tabu na França, a idéia de marca e concorrência somente começou a ganhar as universidades francesas recentemente", explica Brigitte Fournier, fundadora da agência.
Apesar de comunicar pouco, a Sorbonne é renomada. Segundo Marcel Botton, presidente da Nomem, empresa especializada na mudança e valorização do nome de empresas, a marca Sorbonne valeria hoje mais de 1 bilhão.
Mas, para Brigitte Fournier, o prestígio e a notoriedade da Sorbonne não justificam negligenciar a promoção da marca. "Se a Sorbonne não conseguir fazer evoluir sua própria imagem, corre o risco de ser percebida como um monumento histórico pueril, uma espécie de museu, onde tudo é imóvel, onde nada evolui", afirma.
A butique da Sorbonne é ainda modesta se comparada às lojas de prestigiosas universidades norte-americanas ou britânicas, como Harvard, Columbia, Oxford ou Cambridge.
Inicialmente serão vendidos 15 artigos, mas a idéia é diversificar os produtos, com corta-papéis, guarda-chuvas e mochilas. Os preços variam de 4, para canetas com a logomarca da instituição, até 45, para a camiseta de rúgbi, criada em homenagem à Copa do Mundo de Rúgbi, que será realizada na França em setembro.
Mas quem passar por Paris em agosto terá que se contentar com as lojinhas para turistas do Quartier Latin, já que a butique não funciona durante as férias escolares.


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