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Israel veta entrada de chanceler Celso Amorim na faixa de Gaza
Proibição já havia ocorrido com ministro alemão, há um mês
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
O governo de Israel frustrou o plano do chanceler do
Brasil, Celso Amorim, de entrar na faixa de Gaza na última terça, no último dia de visita ao país. A intenção era
conhecer um hospital que
deve ser reconstruído com financiamento conjunto de
Brasil, Índia e África do Sul.
Mas o pedido foi negado
por Israel, sob a alegação de
que visitas de ministros e
parlamentares estrangeiros a
Gaza podem servir como propaganda e legitimação do
movimento islâmico Hamas,
que controla o território.
"Tentei ir a Gaza, mas encontrei resistência", disse
Amorim à Folha por telefone, de Damasco. Na capital
síria, ele concluiu ontem sua
viagem pelo Oriente Médio
num encontro com o ditador
sírio, Bashar Assad. Além de
Israel e territórios palestinos,
o giro incluiu Líbia e Turquia.
Israel justificou a rejeição
como parte de uma política
em prática desde que o Hamas assumiu o controle de
Gaza, para não legitimar o
movimento islâmico.
"A presença de personalidades estrangeiras é usada
pelo Hamas como demonstração de reconhecimento internacional e não queremos
fortalecer o grupo", disse à
Folha o porta-voz da Chancelaria, Yigal Palmor.
Amorim não é o primeiro
ministro estrangeiro barrado
em Gaza, que vive sob rígido
bloqueio israelense desde
2007, quando o Hamas assumiu o controle do território.
Há pouco mais de um mês
Israel negou a entrada do ministro do Desenvolvimento
da Alemanha, Dirk Niebel.
Dos 11 encontros que teve,
em menos de 48 horas, Amorim conversou com políticos
e ativistas, deixando clara a
inclinação da diplomacia
brasileira pela causa palestina. Nove deles foram com
pessoas identificadas com
algum tipo de oposição ao
governo de Israel: do premiê
palestino, Salam Fayad, à
própria líder da oposição israelense, Tzipi Livni, passando por pacifistas israelenses
e políticos palestinos.
Também falou com os dois
principais nomes do governo
de Israel, o premiê Binyamin
Netanyahu e o chanceler
Avigdor Liberman.
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