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Matamoros recebe os órfãos da fronteira
DA ENVIADA A MATAMOROS
Parte do triste legado da
questão imigratória mexicana são as histórias de crianças deixadas para trás por
pais que podem levar décadas para voltar para casa ou,
simplesmente, sumirem.
Uma desses rostos é Naun
Vasquéz, 17, natural do Estado mexicano de Yucatán.
Não sabe do paradeiro do
pai há 16 anos. A mãe emigrou mais de um ano atrás, se
casou pela segunda vez nos
EUA e teve um filho com cidadania americana. Ela voltou ao México, mas não para
a casa onde deixou a mãe e
seus quatro outros filhos. Foi
viver num outro Estado, Veracruz, com a nova família.
Presumivelmente, as dificuldades da avó em criar
Naun e os irmãos o empurraram para a fronteira. "O que
quero é trabalhar e ajudar
minhas irmãs", conta.
Depois de pagar US$ 500 a
um coiote, Naun foi levado a
Tamaulipas, de onde atravessou a pé o rio Bravo e caminhou por cerca de um dia
para chegar aos EUA, onde
foi flagrado e deportado.
É aí que a história dele se
cruza com a de Lilia Orizaga
de Perosquia, há três anos
coordenadora do abrigo federal que recebe crianças
mexicanas deportadas na cidade de Matamoros, 4,3 km
distante de Brownsville.
Sua tarefa é localizar as famílias. Mas aproveita os poucos dias em que ficam sob
seus cuidados para ensiná-los os riscos da travessia. E
convencê-los de que estudar
e estar com os parentes é
mais importante do que conseguir um emprego nos EUA.
Em 2010, ela já recebeu
328 crianças -mais que em
2009, quando teve 484, e menos que as 800 de 2008.0
(GM)
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