São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010

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Matamoros recebe os órfãos da fronteira

DA ENVIADA A MATAMOROS

Parte do triste legado da questão imigratória mexicana são as histórias de crianças deixadas para trás por pais que podem levar décadas para voltar para casa ou, simplesmente, sumirem.
Uma desses rostos é Naun Vasquéz, 17, natural do Estado mexicano de Yucatán.
Não sabe do paradeiro do pai há 16 anos. A mãe emigrou mais de um ano atrás, se casou pela segunda vez nos EUA e teve um filho com cidadania americana. Ela voltou ao México, mas não para a casa onde deixou a mãe e seus quatro outros filhos. Foi viver num outro Estado, Veracruz, com a nova família.
Presumivelmente, as dificuldades da avó em criar Naun e os irmãos o empurraram para a fronteira. "O que quero é trabalhar e ajudar minhas irmãs", conta.
Depois de pagar US$ 500 a um coiote, Naun foi levado a Tamaulipas, de onde atravessou a pé o rio Bravo e caminhou por cerca de um dia para chegar aos EUA, onde foi flagrado e deportado.
É aí que a história dele se cruza com a de Lilia Orizaga de Perosquia, há três anos coordenadora do abrigo federal que recebe crianças mexicanas deportadas na cidade de Matamoros, 4,3 km distante de Brownsville.
Sua tarefa é localizar as famílias. Mas aproveita os poucos dias em que ficam sob seus cuidados para ensiná-los os riscos da travessia. E convencê-los de que estudar e estar com os parentes é mais importante do que conseguir um emprego nos EUA.
Em 2010, ela já recebeu 328 crianças -mais que em 2009, quando teve 484, e menos que as 800 de 2008.0 (GM)


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