São Paulo, segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros DIPLOMÁTICAS Pressão no setor aéreo Em março de 2001, as relações entre Brasil e EUA no campo da aviação ficaram tensas. Em Brasília, a Embaixada dos EUA informou ao Itamaraty que a agência federal de aviação dos EUA expôs "sua preocupação com o número insuficiente de pessoal nos serviços da Aeronáutica", responsável pelos atestados de autorização de voo dos aviões brasileiros. A crítica poderia colocar em risco a exportação de aviões brasileiros, o que levou a uma reunião de emergência entre dois ministros. Dias mais tarde, os executivos das principais empresas do setor na época (Varig, TAM, Embraer e Transbrasil) pediram que o Itamaraty interviesse contra "medidas restritivas aos aviões brasileiros". O Brasil procurou o Departamento de Estado e a Casa Branca. Aço Contaminado Em junho de 1998, a agência de proteção ambiental do governo dos EUA detectou, no Estado de Indiana, um carregamento de "aço radioativo proveniente do Brasil". A carga havia sido despachada pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). O nível de radiação de cobalto, utilizado em ligas metálicas, detectado estava abaixo do limite fixado internacionalmente, mas o embaixador brasileiro em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, fez ver ao presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, em telefonema, os possíveis "negativos desdobramentos à imagem do produto brasileiro" caso o assunto "transpirasse indevidamente". A CSN enviou uma equipe técnica aos EUA para "solucionar o problema". Gabeira barrado Os EUA condicionaram um arrependimento público do então deputado federal Fernando Gabeira (RJ) à concessão de um visto para que ele pudesse participar, como observador do governo brasileiro, na Assembleia Geral da ONU realizada em dezembro de 1998 em Nova York. Os EUA recusaram receber Gabeira porque ele participou, em 1969, do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick. O serviço diplomático brasileiro em Washington reagiu, tentando argumentar contra as exigências dos EUA contidas em telegrama confidencial agora revelado. O Brasil lembrou que Gabeira se tornou amigo da filha do embaixador e que o veto violava regras da ONU. Não adiantou, e o deputado Gabeira teve entrada barrada nos EUA. FOLHA.com Leia os telegramas que estavam sob sigilo em www.transparencia.folha.com.br Texto Anterior: Saiba mais: Folha obteve 10.883 páginas do Itamaraty Próximo Texto: 'Twitter' da China passa a censurar após pressão oficial Índice | Comunicar Erros

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