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APAGÃO ITALIANO
Iniciada por problemas de fornecimento na França e na Suíça, queda de energia afeta mais de 50 milhões
Blecaute deixa quase toda a Itália sem luz
DA REDAÇÃO
Um apagão atingiu a Itália na
madrugada de ontem, deixando
quase todo o país sem energia elétrica. As únicas exceções foram a
Sardenha e algumas áreas no norte italiano. No final do dia, parte
do país permanecia às escuras.
Mais de 50 milhões dos 57 milhões de italianos foram afetados.
Cerca de 30 mil passageiros ficaram presos em 110 trens. Vôos foram cancelados. Engarrafamentos se formaram nos cruzamentos
das grandes cidades, onde os semáforos pararam. Hospitais utilizaram geradores para as operações de emergência. Jornais deixaram de circular.
Foi o quarto apagão de grande
escala a atingir importantes países
ocidentais nos últimos meses. Em
14 de agosto, partes dos EUA e do
Canadá ficaram sem luz. Duas semanas depois, foi a vez de Londres ficar no escuro.
Na semana passada, partes da
Dinamarca e da Suécia também
ficaram sem energia elétrica.
O blecaute que atingiu a Itália
ontem foi o maior desde a Segunda Guerra Mundial. A aparente
causa do apagão, que começou às
3h25, foi a queda de uma árvore
em uma linha de transmissão na
Suíça. Nessa mesma hora, outras
duas linhas na França também
pararam, aparentemente interrompidas por um raio. Os dois
países fornecem energia para a
Itália. Suíços e franceses culpavam as operadoras de energia elétrica italianas pelo blecaute.
No início da manhã, a luz foi
restabelecida no norte da Itália.
Após o meio-dia, Roma também
normalizou o fornecimento. Até a
conclusão desta edição, o sul continuava no escuro.
Segundo informações não oficiais, três pessoas morreram.
Uma delas morreu em um cruzamento de trânsito onde o semáforo estava sem funcionar. Duas
idosas morreram ao sofrerem
quedas em escadas.
O Vaticano também foi afetado.
A Basílica de São Pedro, que normalmente é iluminada à noite, ficou no escuro. Um gerador foi
utilizado para pronunciamento
do papa João Paulo 2º.
Dependência externa
Autoridades afirmaram que o
horário em que aconteceu o blecaute contribuiu para que o caos
não fosse ainda maior. Caso o fornecimento de energia elétrica fosse interrompido em um dia útil,
mais pessoas teriam sido afetadas.
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, convocou para hoje uma
reunião do conselho de ministros
para analisar a situação.
A expectativa era de que algumas partes do país permanecessem sem energia elétrica hoje.
Autoridades italianas admitiram ontem que o sistema de fornecimento de energia do país é insuficiente para atender à demanda doméstica. A Itália importa
17% de sua energia elétrica. A média nos outros países da Europa é
de cerca de 2%. "Temos um sistema frágil porque dependemos de
outros países", disse Andrea Bollino, presidente da GRTN (administradora da rede italiana).
Grupos de defesa do ambiente
têm constantemente manifestado
oposição à construção de usinas
produtoras de energia elétrica.
Eles argumentam que as construções podem causar desastres ecológicos. Porém autoridades da
área energética afirmam que, com
o crescimento da demanda, é preciso que novas usinas sejam construídas urgentemente.
Com agências internacionais
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