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Ultradireita avança em eleições
na Áustria
DA REDAÇÃO
A extrema direita austríaca
ressurgiu nas eleições parlamentares realizadas ontem.
Com quase um terço dos votos, ela complica a situação dos
sociais-democratas, maior partido do país, em estabelecer
uma coalizão governamental.
Resultados oficiais preliminares mostram que os sociais-democratas (centro-esquerda)
têm 30% dos votos, enquanto o
Partido do Povo (conservador)
tem 26%. Em 2006, obtiveram
35% e 34%, respectivamente.
Foi o pior percentual de ambos
desde a Segunda Guerra.
Já a extrema direita, com
uma plataforma baseada em
campanhas contra imigrantes e
o islã, viu um grande aumento.
O Partido da Liberdade obteve 18% dos votos (em 2006,
11%), e a Aliança pelo Futuro da
Áustria -do líder histórico da
ultradireita e atual chefe de governo do Estado da Caríntia,
Jörg Haider- obteve 11% dos
votos, triplicando seu índice de
dois anos atrás.
Esses dois partidos formavam um só bloco político até
2005, quando houve um racha.
A dúvida agora é se conseguirão
voltar a se entender.
Punição
"Os sociais-democratas e o
Partido do Povo foram punidos
e rejeitados", disse Heinz-Christian Strache, líder do Partido da Liberdade.
Segundo o analista político
Anton Pelinka, "o grande número de votos da extrema direita tornará a formação de
uma coalizão muito difícil".
Para ele, a extrema direita
pode, estrategicamente, ir para
a oposição e aguardar que os
democratas fracassem em criar
uma nova coalizão.
Os partidos de extrema direita tiraram votos de seus concorrentes ao se aproveitarem
da impasse político do governo
e proporem medidas antiinflacionárias.
A coalizão entre os dois
maiores partidos austríacos entrou em colapso após um impasse de 18 meses que inviabilizou as prometidas reformas
econômicas.
A extrema direita também se
beneficiou do fato de seus líderes serem vistos como os mais
envolvidos com os problemas
das classes baixas.
"Os maiores vencedores, em
termos coletivos, são os partidos de extrema direita, o que
não significa que conseguirão
chegar a uma parceria política",
disse Richard Luther, professor
na Universidade Keele, no Reino Unido.
"Acho que o mais provável é
que ocorra uma grande coalizão [dos dois maiores partidos
do país], mas ela seria relativamente fraca em termos de legitimidade", disse Luther.
"Não é uma catástrofe nacional, isso não significa que a
Áustria é um país de direita. Sabíamos que isso estava por
acontecer", disse Michel Palliardi, 33, que votou nos sociais-democratas. "Muito disso
foi em protesto contra o atual
governo", disse.
Com agências internacionais
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