São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

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Chanceler alemã quer formar novo governo em um mês

Merkel pretende concluir coalizão com liberais até 9/11, aniversário de 20 anos da queda do Muro

CAROLINA VILA-NOVA
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM

A chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, quer finalizar dentro de um mês as negociações para a formação de um governo de coalizão com o Partido Liberal Democrata (centro-direita), incluindo aí os postos de gabinete e o programa para os próximos quatro anos. A ideia é chegar às comemorações dos 20 anos da queda do muro de Berlim, em 9 de novembro, com um novo governo. Dados projetados com base nos números mais recentes da eleição do domingo mostram que a aliança do partido da chanceler, a União Democrata Cristã (CDU, conservadora), com os liberais do FDP obtém 332 das 623 vagas no Bundestag (Câmara baixa). Seu parceiro atual de coalizão, o Partido Social-Democrata (SPD), amargou a perda de 74 cadeiras em relação à eleição de 2005 e vai agora à oposição. Analistas coincidem em que o sucesso da chamada coalizão "preto-amarela" (pela cor dos partidos CDU e FDP) se deveu menos aos votos arrebanhados pela chanceler do que à performance histórica dos liberais. Muitos eleitores tradicionais da CDU migraram seus votos para os liberais de maneira a evitar que a grande coalizão entre democrata-cristãos e social-democratas voltasse a se repetir. Embora o governo tenha tido uma boa performance, a população não aprovava a grande coalizão, que empurrou os dois partidos para o centro, afastando-os de suas bases. Vendo que o único modo de seu partido permanecer no poder seria a reedição da grande coalizão -ou numa coalizão com liberais e verdes-, eleitores do SPD também migraram seus votos para outros partidos. Merkel teve um encontro na manhã de ontem com o líder do FDP, Guido Westerwelle, que deve ser indicado ministro das Relações Exteriores. Há ao menos três assuntos espinhosos: reforma tributária, política trabalhista/previdenciária e política nuclear. A questão é se, por ter saído fortalecido, o FDP terá mais poder para impor suas vontade nessas questões. Além da Vice-Chancelaria, os liberais devem ganhar outros dois ministérios -Economia e Justiça.


A jornalista CAROLINA VILA-NOVA viajou a convite do Ministério das Relações Exteriores alemão


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