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Chanceler alemã quer formar novo governo em um mês
Merkel pretende concluir coalizão com liberais até 9/11, aniversário de 20 anos da queda do Muro
CAROLINA VILA-NOVA
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM
A chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, quer finalizar dentro de um mês as
negociações para a formação de
um governo de coalizão com o
Partido Liberal Democrata
(centro-direita), incluindo aí os
postos de gabinete e o programa para os próximos quatro
anos. A ideia é chegar às comemorações dos 20 anos da queda
do muro de Berlim, em 9 de novembro, com um novo governo.
Dados projetados com base
nos números mais recentes da
eleição do domingo mostram
que a aliança do partido da
chanceler, a União Democrata
Cristã (CDU, conservadora),
com os liberais do FDP obtém
332 das 623 vagas no Bundestag (Câmara baixa).
Seu parceiro atual de coalizão, o Partido Social-Democrata (SPD), amargou a perda de
74 cadeiras em relação à eleição
de 2005 e vai agora à oposição.
Analistas coincidem em que
o sucesso da chamada coalizão
"preto-amarela" (pela cor dos
partidos CDU e FDP) se deveu
menos aos votos arrebanhados
pela chanceler do que à performance histórica dos liberais.
Muitos eleitores tradicionais
da CDU migraram seus votos
para os liberais de maneira a
evitar que a grande coalizão entre democrata-cristãos e social-democratas voltasse a se repetir. Embora o governo tenha tido uma boa performance, a população não aprovava a grande
coalizão, que empurrou os dois
partidos para o centro, afastando-os de suas bases.
Vendo que o único modo de
seu partido permanecer no poder seria a reedição da grande
coalizão -ou numa coalizão
com liberais e verdes-, eleitores do SPD também migraram
seus votos para outros partidos.
Merkel teve um encontro na
manhã de ontem com o líder do
FDP, Guido Westerwelle, que
deve ser indicado ministro das
Relações Exteriores. Há ao menos três assuntos espinhosos:
reforma tributária, política trabalhista/previdenciária e política nuclear. A questão é se, por
ter saído fortalecido, o FDP terá mais poder para impor suas
vontade nessas questões. Além
da Vice-Chancelaria, os liberais
devem ganhar outros dois ministérios -Economia e Justiça.
A jornalista CAROLINA VILA-NOVA viajou a
convite do Ministério das Relações Exteriores
alemão
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