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Oposição vence nos principais Estados
Chavistas se mostram preocupados com as perdas em regiões urbanas
Sistema venezuelano privilegia o voto nos distritos controlados
por aliados do governo; oposicionistas reclamam
DE CARACAS
A oposição ao presidente
Hugo Chávez impôs derrotas
ao governo nos dois Estados
mais populosos do país, Miranda e Zulia.
Os candidatos reunidos na
coalizão oposicionista
(MUD) também receberam
mais votos que o chavismo
em outros quatro Estados.
Numa vitória simbólica, os
oposicionistas conseguiram
0,1% a mais de votos que o
chavista PSUV no Distrito Capital, onde fica o Palácio Miraflores, sede do Executivo.
Como esperado, a oposição ganhou nos distritos formados pelos outros quatro
municípios de Caracas, incluindo o complexo de favelas do Petare.
O avanço nas áreas mais
populosas confirma uma
tendência considerada "alerta" para os chavistas: a perda
da maioria nas principais
metrópoles.
"Os resultados são um
alerta para reforçar os 3 "R's:
revisão, retificação e reimpulso da revolução", diz sociólogo Nicmer Evans, militante do PSUV. "O voto urbano é mais sensível às falhas
de gestão do governo."
Evans afirmou que gestões
da oposição foram premiadas. Zulia e Miranda são governados por oposicionistas.
SISTEMA ELEITORAL
A vitória no eixo mais urbanizado do país levou a
MUD a praticamente igualar
o número de votos do PSUV,
na contabilidade nacional.
Ainda assim, a MUD só alcançou 65 cadeiras.
O contraste reforçou a controvérsia sobre o sistema eleitoral e a nova lei aprovada
pelos chavistas em 2009.
Por lei, os deputados são
eleitos por distrito (vence
quem tem mais votos em
uma circunscrição) e por lista
(proporcionalmente aos votos obtidos pelos partidos).
Hoje, 68% dos postos são por
distrito, e 32% lista.
As autoridades eleitorais,
afinadas com o chavismo, redesenharam distritos em
áreas de maioria governista,
reduzindo seu tamanho.
Assim, menos votos foram
necessários para eleger deputados. Isso ajuda a explicar o fato de o governo ter tido menos votos, mas eleito
mais parlamentares.
Os aliados do presidente
argumentam que isso ocorre
em outros países.
Um exemplo é o caso distrital puro inglês. Nas últimas eleições, os conservadores tiveram 36,1% dos votos e
47% das cadeiras. Os liberais, com 23%, ficaram com
8,7% do Parlamento.
Na Venezuela, a mudança
se mostrou vantajosa para o
governo em vários casos,
mas se voltou contra ele em
ao menos dois. Um deles é
Zulia, onde o chavismo sofreu a pior derrota, a MUD levou 12 cadeiras e o PSUV ficou com apenas 3.
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