São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 2002

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TERROR

Coalizão de Sharon vive crise

Diplomata dos EUA é morto a tiros em Amã

DA REDAÇÃO

Um diplomata norte-americano foi morto a tiros ontem em Amã, capital da Jordânia, quando deixava a sua casa às 7h30. O governo dos EUA não descarta a hipótese de terrorismo.
Laurence Foley trabalhava para a Agência para Desenvolvimento Internacional, dos EUA, e estava em missão na Jordânia, onde participava de programas de ajuda humanitária.
O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que o presidente dos EUA, George W. Bush, "lamenta a morte de Foley" e acrescentou que as investigações já começaram.
O ministro da Informação da Jordânia, Mohammed Affash Adwan, afirmou que não queria especular sobre a possibilidade ou não de os disparos terem sido feitos por algum grupo terrorista. Ele disse apenas que o incidente "foi uma agressão à Jordânia".
Nenhum grupo extremista assumiu o ataque, no qual foram feitos oito disparos com uma pistola 7 milímetros.
A Jordânia é aliada dos EUA e assinou, em 1994, um acordo de paz com Israel. Mas o sentimento antiamericano vem crescendo no país devido às ameaças de ataque ao vizinho Iraque e à posição de Bush em relação ao Oriente Médio, considerada como pró-israelense.
A Jordânia é um dos principais parceiros comerciais de Bagdá. Além disso, grande parte da população da Jordânia é composta por refugiados palestinos.
Ao todo, há cerca de 3.000 americanos vivendo na Jordânia. Eles devem aumentar a segurança a partir de agora, de acordo com a Embaixada dos EUA em Amã.

Israel
A coalizão de apoio ao primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, vive a sua mais grave crise nos 19 meses de governo e pode rachar amanhã quando será votado o Orçamento de 2003.
O Partido Trabalhista, o mais moderado da coalizão, quer que uma verba de US$ 147 milhões, destinada a colônias judaicas nos territórios palestinos, seja realocada para programas sociais, de saúde e de educação. Essas áreas sofrerão cortes por causa da crise econômica. Os dois principais líderes trabalhistas no governo são o chanceler Shimon Peres e o ministro da Defesa Binyamin Ben Eliezer.
Sharon, do Likud (conservador), afirmou ontem que não aceitará que seus ministros rejeitem a proposta orçamentaria. "Não irei tolerar jogos e manobras partidárias", disse o premiê.
Caso os trabalhistas deixem o governo, eleições poderão ser convocadas em 90 dias. A coalizão possui hoje 80 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento). Sem os trabalhistas, a coalizão ficaria com 55 membros, mas Sharon deve contar com o apoio de um partido de extrema direita fora da coalizão que lhe daria maioria.


Com agências internacionais


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