São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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Novo seqüestro põe pressão na coalizão

DA REUTERS

Um grupo terrorista quase desconhecido disse ontem ter seqüestrado uma polonesa no Iraque e exigiu a retirada das forças da Polônia do país, segundo um vídeo divulgado pela TV árabe Al Jazira, mas Varsóvia imediatamente rejeitou a exigência.
"Sem dúvida, está fora de nossos planos negociar com terroristas a possibilidade de retirar as tropas ou qualquer outra questão", disse o premiê polonês, Marek Belka, em entrevista coletiva ocorrida depois de uma reunião de emergência de seu gabinete.
A Al Jazira divulgou um vídeo em que uma mulher aparentemente idosa, não identificada, aparece sentada entre dois homens mascarados e vestidos de preto. Um deles aponta sua arma em direção à cabeça da polonesa, que, segundo Varsóvia, vive no Iraque "há muitos anos".
"Peço a ajuda do governo polonês e a retirada das tropas polonesas do Iraque, além da libertação das iraquianas que estão na prisão de Abu Ghraib", disse um dos seqüestradores, segundo a Al Jazira.
A Polônia tem 2.500 soldados no centro-sul do Iraque e comanda uma divisão multinacional de 8.000 homens. Varsóvia já afirmara que pretendia começar a retirar suas tropas do Iraque após a realização das eleições gerais, que estão marcadas para o início do ano que vem.
O seqüestro da polonesa fez aumentar a pressão sobre os aliados militares dos EUA no Iraque, já que um japonês e uma mulher de origem britânica, irlandesa e iraquiana também estão nas mãos de seqüestradores no país.
Há três dias, membros do grupo do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, o homem mais procurado pelos EUA no Iraque, ameaçaram decapitar um jovem turista japonês se o Japão não retirasse suas tropas do território iraquiano. Tóquio também rejeitou a possibilidade de fazê-lo, mas especula-se que o governo japonês já tenha negociado com terroristas, buscando a libertação de outro refém japonês.
Londres também se recusa a negociar com os captores de Margaret Hassan, chefe de operações da organização humanitária Care International no Iraque, embora ela tenha feito apelo nesse sentido.


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