São Paulo, sábado, 29 de outubro de 2011

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Corte internacional negocia a rendição de filho de Gaddafi

Órgão diz estar em contato indireto com Saif al Islam, visto como herdeiro de ditador antes da insurgência

Paradeiro oficial de líbio é incerto; relatos, porém, apontam que ele esteja no Niger, a caminho de Mali

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O TPI (Tribunal Penal Internacional) está conduzindo negociações indiretas com Saif al Islam, 39. Ele é filho do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi, morto no dia 20.
É possível que Saif se entregue para ser julgado, de acordo com anúncio feito ontem pelo tribunal.
Ele era considerado, antes da insurgência na Líbia, o herdeiro político de Gaddafi.
Segundo Luis Moreno Ocampo, promotor-chefe do TPI, o diálogo com Saif está sendo feito por meio de intermediários. Ele tem sido assegurado de que terá um julgamento justo e de que ele poderá encontrar um novo país para morar, no caso de ser absolvido ou de vir a cumprir uma sentença de prisão.
Ocampo diz não saber onde o líbio está, atualmente.
Durante esta semana, foi especulado que Saif estivesse no deserto do Niger, a caminho de Mali -para onde fugiu o ex-chefe de inteligência da Líbia, Abdullah al Senoussi. Ele estaria recebendo a ajuda de nômades tuaregs, que apoiavam Gaddafi.

PROCURA-SE
Tanto Senoussi quanto Saif foram acusados pelo TPI em junho passado pelo assassinato e tortura praticados contra insurgentes na Líbia. A revolta, iniciada em fevereiro, culminou na morte do ditador, na semana passada.
O governo do Mali afirmou que, assim como Ocampo, o país não sabe do paradeiro de Saif. Soumeylou Boubeye Maiga, ministro das Relações Exteriores, disse porém que o país "irá respeitar suas obrigações em relação ao TPI".
Ou seja -o país poderia entregar os procurados caso eles sejam capturados ali.
O TPI teme que Saif fuja a um país africano que não coopere com o tribunal. Ocampo cita o Zimbábue como possível destino dele.
A organização Human Rights Watch disse ontem que o fato de o TPI estar em contato com Saif marca um novo momento no caso da Líbia.
Foram acusados também pela corte o ditador do Sudão, Omar Bashir, devido ao genocídio na região de Darfur.
Como o órgão não tem força policial própria, ele depende dos Estados membros para executar as prisões.


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