São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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Ambiente fica com crítico da Petrobras

FABIANO MAISONNAVE
DA REPORTAGEM LOCAL

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente eleito do Equador, Rafael Correa, escolheu um duro crítico da atuação da Petrobras no país para ocupar o Ministério do Meio Ambiente.
O economista Fander Falconí, um dos coordenadores do programa de governo de Correa, disse à Folha pouco antes do primeiro turno que a intenção do esquerdista é declarar uma "moratória total" do bloco 31 da Petrobras, localizado dentro do Parque Nacional Yasuní, na Amazônia, e que aguarda licença ambiental.
Na sexta-feira, o Ministério do Ambiente aprovou o Estudo de Impacto Ambiental do projeto. Faltam ainda uma aprovação semelhante do Ministério da Energia e, depois disso, a solicitação formal da licença ambiental. A expectativa da Petrobras era conseguir a aprovação ainda neste mês.
O bloco 31 é tido como o projeto mais controvertido da empresa brasileira no exterior. Em 2004, o governo equatoriano concedeu a licença ambiental à Petrobras, mas a construção de uma estrada e de um centro de processo de processamento dentro do parque Yasuní -considerado reserva mundial da biosfera pela ONU- provocaram duras críticas dentro e fora do Equador.
No ano passado, o governo equatoriano cassou a licença ambiental e exigiu da Petrobras um novo projeto, sem a estrada e com outras modificações, que está sob análise.
O ministro brasileiro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse ontem não estar "preocupado" com a eleição de Correa. "A Petrobras já avalia todos os seus riscos e todas as suas vantagens quando faz seus investimentos, de modo que a situação não é preocupante", disse.
A Petrobras entrou no Equador em 2002, com a aquisição da argentina Perez Companc, que já atuava naquele país. Hoje, é a terceira maior produtora de petróleo do país, atrás da estatal Petroecuador e da espanhola Repsol. A empresa brasileira tem dois blocos no país: além do 31, há o 18, que produz 32 mil barris diários, ou cerca de 6% da produção equatoriana de petróleo.
O investimento total da Petrobras no Equador soma US$ 430 milhões. Existe a previsão de investir US$ 300 milhões.


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