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Ambiente fica com crítico da Petrobras
FABIANO MAISONNAVE
DA REPORTAGEM LOCAL
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente eleito do Equador, Rafael Correa, escolheu
um duro crítico da atuação da
Petrobras no país para ocupar o
Ministério do Meio Ambiente.
O economista Fander Falconí, um dos coordenadores do
programa de governo de Correa, disse à Folha pouco antes
do primeiro turno que a intenção do esquerdista é declarar
uma "moratória total" do bloco
31 da Petrobras, localizado
dentro do Parque Nacional Yasuní, na Amazônia, e que
aguarda licença ambiental.
Na sexta-feira, o Ministério
do Ambiente aprovou o Estudo
de Impacto Ambiental do projeto. Faltam ainda uma aprovação semelhante do Ministério
da Energia e, depois disso, a solicitação formal da licença ambiental. A expectativa da Petrobras era conseguir a aprovação
ainda neste mês.
O bloco 31 é tido como o projeto mais controvertido da empresa brasileira no exterior.
Em 2004, o governo equatoriano concedeu a licença ambiental à Petrobras, mas a construção de uma estrada e de um
centro de processo de processamento dentro do parque Yasuní -considerado reserva
mundial da biosfera pela
ONU- provocaram duras críticas dentro e fora do Equador.
No ano passado, o governo
equatoriano cassou a licença
ambiental e exigiu da Petrobras um novo projeto, sem a estrada e com outras modificações, que está sob análise.
O ministro brasileiro de Minas e Energia, Silas Rondeau,
disse ontem não estar "preocupado" com a eleição de Correa.
"A Petrobras já avalia todos os
seus riscos e todas as suas vantagens quando faz seus investimentos, de modo que a situação não é preocupante", disse.
A Petrobras entrou no Equador em 2002, com a aquisição
da argentina Perez Companc,
que já atuava naquele país. Hoje, é a terceira maior produtora
de petróleo do país, atrás da estatal Petroecuador e da espanhola Repsol. A empresa brasileira tem dois blocos no país:
além do 31, há o 18, que produz
32 mil barris diários, ou cerca
de 6% da produção equatoriana de petróleo.
O investimento total da Petrobras no Equador soma US$
430 milhões. Existe a previsão
de investir US$ 300 milhões.
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