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EUA vêem guerra civil no Iraque, e Bush rejeita tese
Imprensa adota termo para falar do conflito; presidente culpa Al Qaeda por violência
Americano se encontra hoje
com premiê iraquiano para
discutir nova estratégia e
pede a membros da Otan
mais tropas no Afeganistão
DA REDAÇÃO
Enquanto o presidente George W. Bush insiste em não aceitar o termo guerra civil para definir os crescentes conflitos
sectários no Iraque, parte da
imprensa americana não tem
mais dúvidas: ontem, o "New
York Times" e outros jornais de
destaque, como o "Los Angeles
Times", anunciaram que passarão a usar o termo ao falar sobre a violência no país.
A decisão segue anúncio semelhante feito anteontem pela
emissora NBC, uma das três
maiores redes de TV abertas do
país, e ocorre um dia depois de
a Casa Branca reconhecer que a
violência generalizada levou o
Iraque a uma "nova fase".
Mas, mesmo admitindo que
"há muita violência sectária", o
presidente continua a rejeitar o
termo. A definição tem implicações políticas (leia ao lado).
Ontem, na Estônia -onde
esteve antes de ir para a reunião de cúpula da Otan (aliança
militar ocidental) na Letônia-,
questionado a respeito, Bush
disse que "há todo tipo de especulação sobre o que pode ou
não estar acontecendo".
E culpou extremistas -em
especial o grupo terrorista Al
Qaeda- pelo caos no Iraque. O
objetivo deles seria impedir a
democracia. "A violência é fomentada por ataques da Al
Qaeda, que fazem as pessoas
buscarem uma represália", disse. "Os extremistas não suportam a idéia de democracia."
O presidente se encontra hoje com o premiê iraquiano, o
xiita Nuri al Maliki, na Jordânia, para discutir novas estratégias contra a violência generalizada. Segundo ele, as tropas dos
EUA não deixarão o país "até
que a missão esteja cumprida".
Bush hesita em pedir o apoio
de Síria e Irã contra a violência.
O líder supremo do Irã, aiatolá
Ali Khamenei, em encontro
com o presidente iraquiano, Jalal Talabani, em Teerã, culpou
os EUA pelo caos no Iraque, sugerindo a saída americana.
Ontem, cinco meninas e um
adulto iraquiano foram mortos
num confronto entre americanos e suspeitos em Ramadi. O
Exército lamentou as mortes.
No mesmo dia, o Conselho de
Segurança da ONU aprovou a
extensão, por um ano, do mandato das forças da coalizão.
Afeganistão
Com o apoio do secretário-geral da Otan (aliança militar
ocidental), Jaap de Hoop
Scheffer, Bush pediu ontem, no
primeiro dia da reunião da
aliança, que os aliados enviem
mais tropas ao Afeganistão. Há
hoje 32.800 militares no país.
"Para ter sucesso, os aliados
precisam providenciar as forças militares de que os comandantes necessitam. Os países
têm de aceitar tarefas difíceis",
afirmou, em referência às restrições, aprovadas pelos Parlamentos nacionais, que impedem alguns países de operar em
determinadas áreas ou participar de certos combates. A principal restrição diz respeito a
ações no sul, onde ocorrem os
piores confrontos com o grupo
extremista islâmico Taleban.
O premiê britânico, Tony
Blair, aliado de Bush, afirmou
que a credibilidade da Otan depende da ação no Afeganistão.
"Se não tivermos sucesso, o
mundo será menos seguro." A
chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, disse que não vai
enviar mais soldados -há
2.700 alemães no Afeganistão.
Com agências internacionais
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