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Ortodoxos são o resultado de antiga cisão
DA REDAÇÃO
O cristianismo se dividiu
em 1054, a exemplo do que
havia ocorrido bem antes
com o Império Romano.
Além de questões políticas
-obstáculos para manter
uma fé unitária em territórios submetidos a interesses
temporais conflitantes-, a
cisão foi acompanhada da excomunhão mútua entre o papa e o patriarca de Constantinopla e de uma controvérsia teológica que, séculos depois, ainda não foi resolvida.
Basicamente, a igreja do
Oriente não reconhecia a infalibilidade do papa, recusava a submissão à sua autoridade e dava uma interpretação diferente à natureza do
Espirito Santo, a partir de
leituras conflitantes de duas
decisões tomadas por concílios da Antigüidade.
Hoje em dia, Bento 16 encabeça de modo incontestável 1,1 bilhão de católicos.
Mas o mesmo não se aplica a
Bartolomeu 1º, patriarca de
Constantinopla (atual Istambul; sua designação não
reconhece o nome que a cidade passou a ter depois de
1453), com quem o papa deverá se avistar hoje e amanhã, na perspectiva de um
longo diálogo para a reunificação do cristianismo.
A autoridade do patriarca
é mais histórica sobre os 400
milhões de ortodoxos.
Convivem no mundo 15
hierarquias ortodoxas chamadas de "autocéfalas", que
funcionam de modo autônomo, e cinco outras desvinculadas desse conjunto, como
os ortodoxos do Japão e os
dissidentes da Ucrânia.
Nessa constelação, a igreja
ortodoxa mais poderosa está
subordinada ao patriarca de
Moscou, que ganhou poder
temporal e teológico quando,
no século 15, Constantinopla
caiu nas mãos dos otomanos
e se viu islamizada. Os cristãos da atual Turquia estão
hoje reduzidos naquele país
a uma minoria inferior a 2%
da população.
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