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Votação no Egito
é marcada por alta abstenção e violência
PND, partido governista, deve conquistar com facilidade maioria dos 508 assentos
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Em meio a fortes suspeitas
de fraude e episódios de violência, o Egito realizou ontem eleições para a câmara
baixa do Parlamento, mas a
maioria dos eleitores preferiu
ficar longe das urnas.
Segundo as primeiras estimativas, o índice de participação foi bem menor que o
das eleições anteriores, em
2005, quando somente 22%
dos eleitores votaram.
O medo de incidentes violentos perto das seções eleitorais e principalmente a visão da maioria de que a eleição é um jogo de cartas marcadas explica a baixa votação, afirmam os analistas.
É dado como certo que o
governista Partido Nacional
Democrático (PND) leve facilmente a maioria dos 508
assentos em disputa. Outros
dez deputados são apontados por decreto presidencial.
Os temores de violência se
justificaram ainda antes do
início da votação. Na madrugada de ontem, o filho de um
candidato independente foi
morto a facadas no Cairo,
quando colava cartazes.
Ao longo do dia foram relatados vários casos de manipulação de votos e intimidação das forças de segurança a
candidatos e eleitores da Irmandade Muçulmana, principal grupo de oposição.
O regime egípcio vetou a
entrada de observadores estrangeiros, sob a alegação de
que ela feriria sua soberania.
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