|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AFEGANISTÃO
Ataque acontece às vésperas da conclusão da Loya Jirga, a assembléia que decidirá o rumo político do país
Homem-bomba mata cinco em Cabul
DA REDAÇÃO
Às vésperas da conclusão da
Loya Jirga, a assembléia que decidirá o rumo político do Afeganistão, um homem-bomba matou
quatro oficiais de segurança e um
motorista em Cabul ao se explodir após ser preso. A explosão
ocorreu dentro do carro em que o
terrorista era levado, perto do aeroporto da cidade, no fim da tarde
de ontem.
"Ao todo, seis pessoas morreram. Acreditamos que entre elas
esteja o doutor Jalal, chefe da segurança pessoal do [ministro da
Defesa, Mohammad Qasim] Fahim", disse um porta-voz do ministério. "Os corpos estão irreconhecíveis."
Testemunhas disseram ter visto
pedaços de pelo menos três corpos espalhados pelo chão e em
meio aos destroços do carro.
O homem foi preso após a polícia encontrá-lo com explosivos
escondidos dentro de uma panela
de pressão. Suspeita-se que o terrorista fosse estrangeiro, mas sua
identidade não foi divulgada.
Na noite de ontem, não estava
claro quem estava por trás do ataque. Desde agosto, ataques da insurgência e combates entre os rebeldes e as forças de segurança
deixaram mais de 400 mortos.
Remanescentes da milícia extremista Taleban, supostamente
ligados à rede terrorista Al Qaeda,
haviam prometido atrapalhar a
Loya Jirga, a Assembléia Constituinte afegã, em prol de uma
"guerra santa" contra as forças estrangeiras no país e o governo
apoiado pelos EUA. Dos 502 participantes da assembléia, mais de
cem são mulheres -o que vai
contra os princípios do Taleban.
Ontem, a Loya Jirga se reuniu
para o debate final sobre as emendas à Constituição que abrirá caminho para a primeira eleição democrática do país, em junho. Mas
a sessão foi interrompida quando
parte dos representantes se recusou a discutir as emendas antes
que a proposta fosse impressa. O
debate deve ser retomado hoje.
Entre os principais pontos de
atrito, estão o escopo dos poderes
presidenciais -a Aliança do Norte, que derrubou o Taleban com
apoio dos EUA, e as minorias defendem a criação do cargo de premiê para reduzir a influência do
presidente-, os direitos da mulher e o papel do islã no Estado.
Líderes religiosos conservadores defendem a adoção da sharia,
a lei islâmica, com maior rigidez
-o que é contestado pelos políticos apoiados pelos EUA.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque ocupado: Ataque mata 2 crianças e soldado Próximo Texto: Religião: "Mal-entendido" abala o casamento, diz papa Índice
|