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São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

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AFEGANISTÃO

Ataque acontece às vésperas da conclusão da Loya Jirga, a assembléia que decidirá o rumo político do país

Homem-bomba mata cinco em Cabul

DA REDAÇÃO

Às vésperas da conclusão da Loya Jirga, a assembléia que decidirá o rumo político do Afeganistão, um homem-bomba matou quatro oficiais de segurança e um motorista em Cabul ao se explodir após ser preso. A explosão ocorreu dentro do carro em que o terrorista era levado, perto do aeroporto da cidade, no fim da tarde de ontem.
"Ao todo, seis pessoas morreram. Acreditamos que entre elas esteja o doutor Jalal, chefe da segurança pessoal do [ministro da Defesa, Mohammad Qasim] Fahim", disse um porta-voz do ministério. "Os corpos estão irreconhecíveis."
Testemunhas disseram ter visto pedaços de pelo menos três corpos espalhados pelo chão e em meio aos destroços do carro.
O homem foi preso após a polícia encontrá-lo com explosivos escondidos dentro de uma panela de pressão. Suspeita-se que o terrorista fosse estrangeiro, mas sua identidade não foi divulgada.
Na noite de ontem, não estava claro quem estava por trás do ataque. Desde agosto, ataques da insurgência e combates entre os rebeldes e as forças de segurança deixaram mais de 400 mortos.
Remanescentes da milícia extremista Taleban, supostamente ligados à rede terrorista Al Qaeda, haviam prometido atrapalhar a Loya Jirga, a Assembléia Constituinte afegã, em prol de uma "guerra santa" contra as forças estrangeiras no país e o governo apoiado pelos EUA. Dos 502 participantes da assembléia, mais de cem são mulheres -o que vai contra os princípios do Taleban.
Ontem, a Loya Jirga se reuniu para o debate final sobre as emendas à Constituição que abrirá caminho para a primeira eleição democrática do país, em junho. Mas a sessão foi interrompida quando parte dos representantes se recusou a discutir as emendas antes que a proposta fosse impressa. O debate deve ser retomado hoje.
Entre os principais pontos de atrito, estão o escopo dos poderes presidenciais -a Aliança do Norte, que derrubou o Taleban com apoio dos EUA, e as minorias defendem a criação do cargo de premiê para reduzir a influência do presidente-, os direitos da mulher e o papel do islã no Estado.
Líderes religiosos conservadores defendem a adoção da sharia, a lei islâmica, com maior rigidez -o que é contestado pelos políticos apoiados pelos EUA.


Com agências internacionais


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