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Brasileiros que mergulhavam no
momento do maremoto se salvam
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
Enquanto centenas tentavam
fugir para o mais longe possível
da praia - e acabaram atingidos
pelos tsunamis-, um casal brasileiro conseguiu escapar da tragédia porque estava no mar, mergulhando nos arreadores da ilha de
Phi Phi, na Tailândia.
A médica Karina Carneiro da
Cunha, 41, praticava mergulho
com o marido, Isaac Szwarc, 51, e
disse só ter sentido uma "corrente
mais forte de água" no momento
do maremoto. Karina fez o relato
ao irmão, Malebranche Carneiro
da Cunha Neto: "Ela me contou
que, quando subiu, viu barcos virados, começou a entender o que
tinha acontecido".
Carneiro Neto disse não saber a
que profundidade estava o casal,
mas informou que eles têm autorização para mergulhar em águas
profundas, "de 40 m de profundidade para mais".
De volta à superfície, o casal de
médicos pôde ajudar no socorro
das vítimas. "O hotel em que eles
estavam foi o único que restou em
pé", conta Carneiro Neto.
"Eles já saíram de lá. Karina está
bem deprimida com o que viu. O
hotel era o único que tinha telefone, comida", diz o irmão. Segundo ele, o casal temia saques. De
Hong Kong, onde estão agora, os
dois tentarão um vôo para África
do Sul e depois ao Brasil.
"Vivo, mas por pouco". Foi desta forma que o brasileiro Alexandre Romero -que mora no interior de São Paulo e está de passagem pela Tailândia- iniciou
uma mensagem em seu blog
(www.plural.com.br/alex) para
avisar os amigos e familiares que
estava bem e que havia sobrevivido ao desastre de domingo.
Na mensagem, postada ontem,
ele diz que viu a morte de perto e
conta em detalhes o que aconteceu. "Vi gente morta ser tirada do
mar. Podia ter sido eu. Vi o povo
correndo vindo da praia e vi uma
onda grande. De onde eu estava
não parecia tão grande. Não tinha
a menor idéia do que era, só vi o
povo correndo gritando "big wave, big wave'", contou Alexandre,
que estava na província de Krabi.
"Fui à praia e vi tudo destruído.
Não tinha idéia do que fazer, se esperava, se ia embora. Aí vi as lanchas de salvamento vindo do mar.
O horror, o horror. Corpos com a
cabeça coberta por panos, gente
ensangüentada, foi medonho."
Em relato à BBC Brasil, os paulistas Giuliano Pasquale de Moura, 25, e Volnei Llamazalez, 33,
contaram como sobreviveram
após terem sido arrastados pelo
maremoto na ilha de Phuket, na
Tailândia. Os dois caminhavam
no calçadão da praia de Patong
quando o mar começou a subir.
"Começamos a correr, mas não
deu tempo. A primeira onda me
levou para dentro de um hotel. As
pessoas que estavam na praia não
tiveram condição nenhuma de
correr. Foi uma questão de segundos. Não era uma onda normal.
Parecia que o mar tinha levantado
e vindo", contou Giuliano.
"Toda a água que estava no hotel sugou para dentro do mar e daí
veio a onda grande. Era monstruoso", disse o paulista, que se
salvou subindo numa árvore.
Volnei foi levado pelas águas
para dentro de uma loja na praia.
"Era fechado e começou a encher
de água. Quando eu olhei pra fora, veio um carro para cima da
gente e começou a destruir a loja."
"Comigo estavam umas sete, oito pessoas dentro da loja, gritando, tentando nadar. Eu estava nadando contra a correnteza, a água
começou a puxar as pessoas, e
elas agarravam no meu pé."
"O fundo da loja estourou, e não
sei para onde essas pessoas foram", disse Volnei, que conseguiu
escapar da morte subindo no telhado da loja. "Daí veio uma onda
mais forte, e todas as outras lojinhas foram destruídas. Só sobrou
meu telhado."
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